Pesquisadores e professores discutiram políticas públicas na área de infraestrutura tecnológica, enfrentando desigualdade racial na educação pública e acesso a tecnologias, carreiras STEM.
A desigualdade racial no Brasil ainda é um dos principais desafios enfrentados pela sociedade, com impactos profundos em todos os setores da vida.
A dificuldade de acesso à educação qualificada é um dos principais obstáculos para minorias raciais, pois sem uma base sólida educacional, é mais difícil se inserir no mercado de trabalho e se equiparar aos demais grupos sociais. Além disso, a falta de infraestrutura em escolas públicas e a desigualdade social são apenas alguns dos problemas enfrentados por esses grupos, que precisam lutar por cada oportunidade. A desigualdade econômica, que muitas vezes impedia acesso a recursos básicos, como computadores e materiais educacionais, ainda é um grande obstáculo. A falta de acesso à tecnologia é outra barreira significativa para minorias raciais, pois impede sua capacidade de participar completamente do processo educacional. Com as melhorias nos investimentos em infraestrutura e tecnologia, é possível reduzir a desigualdade racial em ambientes educacionais, tornando a educação mais igualitária e inclusiva.
Desigualdade: o legado histórico que afeta a aprendizagem
Durante o Fórum Brasil Diverso, especialistas na área destacaram a importância de exigir políticas públicas que abordem a desigualdade social e econômica que afeta a comunidade negra no Brasil, cuja maioria é afetada pela desigualdade. De acordo com o estudo ‘Tecnologia e Desigualdades Raciais no Brasil’, divulgado em junho, há uma desigualdade significativa em relação ao acesso à infraestrutura tecnológica entre escolas públicas e privadas, e também quando se faz um recorte racial sobre quem tem acesso a esses recursos.
Desigualdade racial na educação
A pesquisa revelou que escolas com predominância de alunos negros têm acesso a infraestrutura menor do que escolas com predominância de alunos brancos, o que afeta a aprendizagem. Claro que há uma questão geográfica envolvida, mas também é parte do legado histórico do país. Lia Glaz, diretora-presidente da Vivo, destaca que essa desigualdade impacta na aprendizagem e que é necessário abordar essa questão. Além disso, a discussão também abordou como essa desigualdade se comporta no ensino superior.
Desigualdade de acesso no ensino superior
De acordo com a pesquisa, há uma baixa representatividade de alunos negros em carreiras de área de exatas como Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), mesmo com esforços para igualar as condições de entrada no ensino superior. Embora a base de alunos negros que vão para o ensino superior tenha aumentado, eles vão majoritariamente para cursos que futuramente vão pagar menos e são predominantemente a distância. Isso perpetua a desigualdade no ensino superior, como explica Lia Glaz.
Desigualdade em sala de aula
Paulo Batista, CEO do Alicerce Educação, destacou que essa desigualdade é vista na educação básica e reflete no ensino médio. Ele narrou uma experiência em que foi convidado para dar aula em um cursinho social e encontrou jovens com problemas para compreender questões simples, afetados pela desigualdade racial no Brasil. Para mudar os números, é necessário um maior posicionamento e cobrança em relação às políticas públicas.
Tecnologia para a inclusão
Verônica Vassalo, gerente de Diversidade e Inclusão do Pacto Global da ONU, apontou a importância de ter uma representatividade em sala de aula, a partir dos professores. Além disso, a tecnologia pode ser uma ferramenta importante para a inclusão, mas é necessário abordar a desigualdade raciais no acesso a esses recursos.
Fonte: @ Nos
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