Saldo do Dia: Bolsa brasileira perde apelo com juros altos e commodities em queda, manchando índice com perdas significativas, sem impulso interno ou externo.
O mercado financeiro em geral e o ibovespa específico, estão recibindo um tratamento de análise rigorosa devido ao contexto atual, com ajustes do pacote fiscal que afetam diretamente a economia e o cidadão. A maioria dos especialistas tem uma visão otimista, mas com cautela, considerando o impacto mais a longo prazo dos corte de despesas e redução de gastos.
Ainda assim, a economia brasileira parece seguir em frente, com boas perspectivas para o ibovespa. Nesse contexto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cujo papel foi fundamental na elaboração do plano de ajuste, teve um encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira, onde foi discutido um esboço do plano de redução de despesas. Dentre as principais medidas que vão ser implementadas, as despesas com pessoal são as que mais chamam a atenção, considerando o impacto na economia.
A Recuperação do Ibovespa: Efeitos do Pacote Fiscal e Despesas
O movimento no mercado brasileiro, embora tenha sido suave, foi visto como um sinal positivo. Isso ajudou a reduzir as taxas de juros mais longas e fez com que a bolsa-comércio, que estava em queda, zerasse suas perdas. Em seguida, o Ibovespa manteve a estabilidade, com um avanço leve de 0,03%, aos 127.734 pontos, ainda em seu patamar mais baixo em três meses. Em novembro, já havia recuado 1,5%. No acumulado do ano, as perdas são de 4,81%.
O volume negociado entre as 86 ações da carteira teórica foi de R$ 19 bilhões, ante a média diária de R$ 16,5 bilhões dos últimos 12 meses. Enquanto isso, o pacote-fiscal não chega, o mercado permanece morno, sem ganhos ou perdas significativas. Além da questão fiscal, outros dois fatores afastam os investidores da bolsa-comércio. De um ponto de vista local, as pessoas perdem o interesse em se arriscar na renda-variável quando a renda-fixada está tão generosa, com ganhos acima de 11% ao ano.
Em relação ao investidor estrangeiro, novamente a bolsa fica de lado. Por ser um índice com maior peso em commodities, ele perde a atratividade em ciclo de queda nos preços desses produtos. A saída de recursos estrangeiros na B3 ultrapassa os R$ 30 bilhões em 2024. De janeiro a outubro deste ano, somente dois meses (julho e agosto) tiveram um fluxo positivo de recursos estrangeiros entrando na bolsa. Em todos os outros meses, esse público retirou bilhões do mercado local.
A saída massiva também contribui para uma escassez de dólar que faz a moeda subir ante o real. No acumulado do ano, o dólar comercial subiu quase 20%. Hoje avançou mais 0,36%, negociado a R$ 5,79. No mês, a alta é de 0,53% e, na semana, 0,93%. O real já vinha sofrendo com a retirada de recursos gringos, desvalorização das commodities (que também reduz a quantidade de dólar que entra no país) e os juros altos nos Estados Unidos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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