Documentário dirigido por Carmen Chaplin explora a influência da cultura cigana no trabalho do gênio do cinema, mostrando sua carreira e casa-museu no Festival de Cinema.
Em uma descoberta surpreendente, a família de Charles Chaplin (1889-1977) encontrou uma carta que o lendário ator e diretor havia guardado com cuidado durante toda a sua vida. A carta era um tesouro escondido, trancada a chave na gaveta da escrivaninha de Chaplin, e era uma das poucas que ele havia escolhido manter entre as milhares de correspondências recebidas ao longo de sua carreira. A maioria das cartas era de fãs, mas essa, em particular, era de um desconhecido que não hesitou em chamar Chaplin de “mentiroso”.
A carta, que foi descoberta décadas após a morte de Chaplin, é um lembrete do impacto que o espírito do vagabundo, personagem icônico criado por Chaplin, teve na cultura popular. O vagabundo, com sua personalidade engraçada e sua capacidade de superar obstáculos, tornou-se um símbolo da resiliência humana. A essência do vagabundo continua a inspirar pessoas até hoje, e a carta encontrada é um testemunho da influência duradoura de Chaplin em nossa cultura. A família de Chaplin ainda não revelou o conteúdo completo da carta, mas é claro que ela é um tesouro precioso que oferece uma visão única na vida e na carreira de um dos maiores artistas do século XX.
O Legado de Chaplin
A neta de Charles Chaplin, Carmen Chaplin, revela que seu avô recebeu uma carta que questionava sua origem após a publicação de seu livro de memórias, ‘Minha Autobiografia’, em 1964. A carta, escrita por um cigano inglês chamado Jack Hill, afirmava que Chaplin estava mentindo ao dizer que havia nascido em Londres. Em vez disso, Hill alegava que Chaplin teria nascido em uma caravana no parque de Black Patch, um conhecido acampamento de ciganos nos arredores de Birmingham.
Carmen Chaplin é a diretora do documentário ‘Chaplin: o espírito do Vagabundo’, que explora a herança romani de Chaplin e sua carreira a partir de uma perspectiva cigana. O documentário foi exibido fora de competição no 72º Festival de Cinema de San Sebastián e aborda a longa perseguição sofrida pelo povo romani.
A Origem de Chaplin
Carmen Chaplin conta que seu avô disse publicamente que era cigano, mas isso não teve repercussão na época. No entanto, Chaplin aprendeu sozinho a tocar violino, acordeão e piano, além de compor música sem ter a formação tradicional. ‘Ser autodidata em música faz parte da cultura cigana’, afirma Carmen.
O estopim para a realização do documentário foi a carta encontrada pela tia de Carmen, Victoria Chaplin, na residência da família em Corsier-sur-Vevey, na Riviera Suíça. A carta foi encontrada anos depois da morte da mãe de Carmen, Oona O’Neil, em 1991, quando os herdeiros começaram a planejar a transformação da propriedade em uma casa-museu.
A Carreira de Chaplin
Carmen Chaplin afirma que, mesmo que a origem cigana de Chaplin não possa ser provada, o documentário repassa o trabalho de seu avô pelas lentes do povo romani. Ela também comenta que o fato de Chaplin nunca ter encontrado sua certidão de nascimento talvez seja um indicador de que ele tenha mesmo nascido em uma família que se deslocava muito e não se preocupava com questões burocráticas.
‘Mas não se trata de um documentário sensacionalista’, comenta Carmen, lembrando que o avô sempre teve orgulho das suas raízes. Antes de receber a carta, Chaplin já havia ouvido da própria mãe, Hanna, que sua avó materna, Mary Ann, era romani. A revelação aconteceu pouco antes de ela morrer, quando Chaplin tinha 39 anos.
O Legado de Chaplin
Carmen Chaplin tem poucas lembranças do avô, pois ele faleceu quando ela era muito jovem. No entanto, ela afirma que o documentário é uma forma de homenagear a memória de Chaplin e explorar a herança romani que ele deixou para trás. ‘O meu avô dizer que era cigano, quando ele já era uma figura conhecida, deu mais colorido à sua imagem’, afirma Carmen. ‘Mas se a mãe dele tivesse admitido isso, ela não teria conseguido trabalho.’
Fonte: @ NEO FEED
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