Com mais de 80 milhões de processos em trâmite, desembargadora destaca desafios da Justiça com Inteligência Artificial na Prática Jurídica, há muito solidificados, enfrenta Black Boxing, tecnologia de dispositivo
Com mais de 80 milhões de processos em tramitação, a desembargadora aposentada Christine Santini definiu a realidade da Justiça brasileira como um verdadeiro milagre, considerando as dificuldades impostas pelo excesso de demandas aos magistrados e advogados. Nesse contexto, é fundamental adotar novas tecnologias no Direito com a mesma rapidez observada em áreas como a Medicina, onde a IA já é amplamente utilizada.
Para superar os desafios enfrentados pela Justiça, Christine destacou que o Direito precisa evoluir com mais agilidade, despindo-se de formalidades e processos tradicionais solidificados. Com o auxílio da Inteligência Artificial, os juízes podem tomar decisões mais rápidas e eficientes, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da jurisprudência e a redução da jurisdição.
Falta de transparência na justificativa de decisões judiciais pode levar a injustiças
Na velocidade de adoção da Inteligência Artificial na Prática Jurídica, a Justiça enfrenta um desafio: equilibrar inovação com transparência e responsabilidade. A falta de transparência no uso de IA pode levar a decisões injustas, como o caso da máquina que confundiu um husky siberiano com um lobo em 2016, devido a uma associação errada de critérios principais. A desembargadora ilustrou como o ‘Black Boxing‘ pode facilmente se infiltrar, tornando opacos os processos internos de sistemas complexos, como algoritmos ou dispositivos, levantando questões de segurança e transparência.
Transparência e responsabilidade no uso de IA na Justiça
Christine destacou a necessidade de evitar o ‘Black Boxing’ na adoção da IA no Direito, defendendo uma abordagem transparente e responsável. A transparência é fundamental para evitar decisões injustas, como o exemplo da máquina que confundiu um husky siberiano com um lobo. A desembargadora enfatizou a responsabilidade dos profissionais do Direito no uso de IA, ressaltando que eles devem lembrar que são os responsáveis pelo trabalho final.
Reorganização dos processos judiciais
Christine sugeriu a divisão dos processos em duas categorias: demandas repetitivas e demandas reais. As demandas repetitivas devem ter tratamento em massa, enquanto as demandas reais, com jurisprudência consolidada, necessitam de um tratamento individualizado. Além disso, a desembargadora defendeu a adoção de métodos de gerenciamento de projetos para melhorar a eficiência e a organização dos processos judiciais.
Adoção de tecnologia na Justiça
Christine defendeu a adoção de uma plataforma digital na Corte, permitindo que advogados peticionem diretamente, o que poderia ser gerenciado por uma IA. Isso otimizaria o fluxo dos processos e permitiria uma revisão mais eficiente das decisões. No entanto, a desembargadora enfatizou que a responsabilidade no uso de IA recai sobre os profissionais do Direito.
Colaboração e modernização do sistema de Justiça
Christine chamou a atenção para a importância da colaboração entre advogados, juízes e tribunais para superar as dificuldades enfrentadas pelo sistema de Justiça brasileiro. A desembargadora defendeu a união de esforços para modernizar o sistema de Justiça, incluindo a adoção de tecnologia e a reorganização dos processos judiciais, com o objetivo de garantir que a Justiça seja mais eficiente e justa.
Fonte: © Direto News
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