Em novembro de 2024, a bolsa brasileira teve ganho de 1,87%, menor que a média de maio. A perda deste mês interrompe a sequência de cinco anos.
Parecia que ia dar. No fim, não deu. Maio tinha tudo para ser o segundo mês em 2024 que o Ibovespa conseguiria fechar positivo. Mas não foi desta vez. O único mês deste ano que a bolsa brasileira fechou no azul segue sendo fevereiro. Mas foi quase. Em 17 de maio, o Ibovespa, que até então anotava ganho de 1,87% no mês, inclinou para baixo.
Apesar do revés em maio, o Ibovespa continua sendo o principal índice de referência do mercado de ações no Brasil, acompanhando de perto a movimentação das principais empresas listadas na B3. A volatilidade do mercado financeiro é um fator constante, mas os investidores seguem atentos às oportunidades que o Ibovespa pode oferecer, buscando sempre informações atualizadas para tomadas de decisão assertivas.
Reflexos no Ibovespa
E então, o Ibovespa seguiu para uma queda vertiginosa. Três pregões depois, especificamente no dia 22, o saldo do Ibovespa já havia se transformado. A perda deste mês interrompe uma sequência de cinco anos em que o Ibovespa resistiu à maldição das bolsas: ‘sell in May and go away’ (venda em maio e vá embora). Ou seja, a última vez que a fuga da bolsa em maio afetou o índice foi em 2018. A expressão é conhecida no mercado financeiro e remete ao comportamento histórico dos investidores, principalmente do Hemisfério Norte, que costumam vender ações em maio, antes das férias de verão, e só retornam às bolsas em novembro, próximo às datas comerciais e ao inverno.
Impacto nas Negociações
Por ter renovado a esperança de virada do Ibovespa em 2024, a mudança de cenário tornou a perda mais amarga, de 3,04% no mês, para os 122.098 pontos em que encerrou no último dia de maio. Com uma queda de 0,5% no pregão de hoje, a sessão apenas permitiu que o índice atingisse, pela terceira vez consecutiva, seu menor patamar nos últimos seis meses. Com mais esse revés, o saldo da carteira teórica em 2024 está negativo em 9%.
Desafios e Perspectivas
Assim tem sido a trajetória do Ibovespa. Avança um passo e depois recua dois. Apesar de ter progredido mais do que retrocedido no geral, o panorama da bolsa ainda é desanimador. A queda deste mês transportou o mercado de volta para 13 de novembro de 2023, quando o índice fechou em 120.410 pontos. Naquela época, os investidores estavam cheios de incertezas quanto à política monetária americana, uma situação que se repete nos dias atuais.
Volatilidade e Expectativas Futuras
No entanto, entre o passado e o presente, algumas certezas se consolidaram: a expectativa de cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos em março de 2024. Em dezembro, as previsões apontavam para seis a sete reduções nas taxas americanas ao longo do ano. Essas apostas levaram o Ibovespa ao seu ponto mais alto, nos 134.193 pontos. Posteriormente, as frustrações com as economias global e nacional fizeram o índice perder quase 9% de seu pico, alcançado em 27 de dezembro.
Desafios e Incertezas
O que aconteceu com os ganhos de maio? Neste ano, o foco do mercado tem sido o juro americano. A diferença em relação aos meses anteriores é que maio não trouxe grandes novidades sobre a política monetária dos EUA. No entanto, o risco fiscal ganhou destaque neste mês. No Brasil, a desconfiança em relação ao comprometimento do governo com a meta fiscal atingiu níveis preocupantes.
Desconfiança e Riscos
O CDS do Brasil com vencimento em cinco anos, o mais negociado no mercado global, disparou 35,2% recentemente, atingindo os 197,96 pontos, o maior nível desde junho de 2023. Ao longo de maio, o papel acumulou um aumento de 35,3%. Quanto mais alto o CDS do Brasil, maior a percepção de risco sobre o país. Esse derivativo tem como objetivo proteger o investidor de possíveis casos de não pagamento nas operações.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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