Três PFs serão alvos de processos administrativos disciplinares por ausências cedidos à Abin por mais de 60 dias entre 2021 e 2022.
A Controladoria-Geral da União (CGU) instaurou investigações administrativas disciplinares (IADs) em relação a três funcionários da Polícia Federal (PF) que foram emprestados para a Abin paralela. O anúncio oficial foi divulgado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje.
As averiguações da CGU abrangem os servidores da PF cedidos à Agência Brasileira de Inteligência, ressaltando a importância da transparência e da lisura nas atividades ligadas à segurança nacional. Manter a integridade e a ética é fundamental em qualquer órgão público, principalmente quando se trata de assuntos relacionados à segurança do país.
‘Abin paralela’ – Investigação e Afastamento de Servidores
Dois servidores estão proibidos de exercer suas funções públicas conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em 25 de janeiro. Eles são alvo de um processo administrativo disciplinar relacionado a um possível esquema de espionagem ilegal envolvendo a denominada ‘Abin paralela’. A Controladoria-Geral da União está prestes a concluir uma investigação inicial sobre o monitoramento irregular conduzido pela Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro.
A Polícia Federal suspeita que uma organização criminosa tenha se infiltrado na Abin com o objetivo de espionar indivíduos contrários ao grupo de Bolsonaro, utilizando o software FirstMile. Este esquema de espionagem, sem autorização judicial, visou diversas figuras, incluindo autoridades, jornalistas e advogados ao longo do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro e da gestão de Alexandre Ramagem na Agência.
Investigações e Afastamentos na ‘Abin paralela’
A CGU informou que as condutas dos servidores da Polícia Federal serão analisadas em processos administrativos disciplinares, com um prazo de até 60 dias para conclusão, podendo ser prorrogado. Os agentes da PF sob investigação, identificados como Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira, estavam cedidos à Abin durante o período em questão.
Bormevet, agente da PF desde 2005, encontra-se suspenso de suas funções. Freitas, policial federal desde 2006, foi cedido à agência entre 2019 e 2022 durante a gestão de Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal. Já Pereira, delegado da PF desde 2003, atuou na Abin entre 2021 e 2022 focado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações (Cepesc).
Desdobramentos na Investigação da ‘Abin paralela’
Comprovantes da Polícia Federal sugerem que integrantes da ‘Abin paralela’ estavam fabricando dossiês e documentos falsos que possivelmente eram repassados a Jair Bolsonaro. Essas atividades ilícitas teriam ocorrido sem respaldo jurídico, direcionadas a indivíduos que não tinham autorização para serem alvo de espionagem.
O monitoramento clandestino realizado pela Abin levantou preocupações sobre a violação da privacidade e dos direitos dos cidadãos, além de ressaltar a importância do devido processo legal na obtenção e uso de informações sensíveis. A transparência e conformidade com a lei são fundamentais para o exercício saudável da segurança e inteligência no âmbito governamental.
Fonte: @ Metropoles
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