Fundada pela publicitária Ana Clara Schneider, a Sondery oferece consultoria focada em experiências de compra e eventos relacionados, incluindo desse tipo de recurso para pessoas com Síndrome de Down, além de ter trabalhado com clientes como Burger King e Lacta.
Em 2011, a publicitária Ana Clara Schneider teve uma epifania ao ver uma versão tátil da pintura A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Incapaz de se imaginar sem acesso a recursos como esses, ela começou a se questionar sobre como as pessoas com deficiência poderiam aproveitar soluções como essa sem restrições.
Após essa experiência, Ana Clara Schneider percebeu a importância de se pensar em soluções inclusivas para pessoas com deficiência. Além disso, ela entendeu a importância de se trabalhar em conjunto para garantir que todos tenham acesso a recursos como esses.
Deficiência: Um Desafio para a Inclusão
A relação da empreendedora com a sua profissão naturalmente se tornou uma questão de reflexão, especialmente após as suas experiências de compra de pessoas com deficiência, tanto em lojas físicas quanto no e-commerce. Essas experiências foram cruciais para a compreensão do mercado e da necessidade de inclusão.
Em sua jornada, a empreendedora estabeleceu uma meta de aumentar a representatividade de pessoas com deficiência na publicidade, uma mudança de perspectiva que se tornou cada vez mais relevante. Seis anos mais tarde, essa meta foi concretizada com a fundação da consultoria Sondery, uma empresa focada em oferecer soluções de inclusão para marcas e empresas.
A consultoria Sondery já participou de 100 projetos executados em 70 clientes, incluindo campanhas para marcas como Burger King, Lacta e Bradesco, gerando um faturamento de R$ 2,5 milhões.
A primeira vez que a empreendedora teve contato com pessoas com deficiência foi de forma familiar, através de sua prima que sofre de Síndrome de Down. Esse contato levou a uma jornada de aprendizado e especialização, com cursos de libras, audiodescrição e participação em eventos relacionados ao tema.
A empreendedora também se tornou uma ativista pela cultura da inclusão, mas quando trabalhava em uma agência de publicidade, encontrou resistência para implantar iniciativas como a descrição de imagens nas redes sociais. Essa experiência a levou a entender a importância de se dedicar a essa causa e a pedir demissão em 2016.
Nesse período, a empreendedora também se especializou em capacitações técnicas de empreendedorismo, o que a ajudou a ter mais clareza sobre sua jornada profissional.
Alguns fatores levaram a empreendedora a abrir uma consultoria em vez de uma agência. Ela desejava ter uma abordagem diferente e focada em ser uma fonte de informação para agências e empresas, oferecendo respostas e ferramentas para reconhecer consumidores com deficiência.
Lançada em 2017, a consultoria começou com palestras e oficinas, mas logo passou a oferecer serviços de libras, audiodescrição e legendas.
Um fator fundamental para atrair clientes é a contratação de consultores que são profissionais com deficiência, especialmente aqueles que fazem sentido para a experiência específica de cada projeto.
Por exemplo, para um comercial que representa a comunidade surda, a empresa contrata consultores surdos. A curadoria e a seleção de consultores fazem com que a empresa seja mais assertiva na sua entrega.
A primeira grande campanha da consultoria foi em 2019, para uma ação do Burger King que teve audiodescrição na televisão aberta.
A locução estava disponível para todas as pessoas que estavam assistindo, sem a necessidade de alterar a função do aparelho. Grande parte do público com deficiência pode aproveitar essa experiência sem restrições.
Fonte: @ PEGN
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