Gabriel Galípolo e diretores votaram pela manutenção da Selic, evitando corte nos juros, crucial para decisões de negócios.
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No entanto, é importante ressaltar que a taxa de juros está diretamente ligada à política econômica do país, influenciada pela Selic e taxa futuros.
O ciclo de corte de juros e a decisão do Copom
Nesta quarta-feira (19), como amplamente divulgado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por interromper o ciclo de corte de juros que havia sido iniciado em agosto de 2023, quando a taxa básica Selic estava em 13,75% ao ano. A decisão foi manter a taxa nos 10,50% em que se encontrava desde a reunião de maio.
Mas como explicar que os juros caíram mesmo com a manutenção da taxa Selic, contrariando as expectativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva? O gráfico a seguir lança luz sobre essa questão. Na véspera da reunião do Copom, os juros nominais de mercado para daqui a 12 meses (representados pela linha azul) estavam em 11,06%. Já na tarde desta sexta-feira (21), a mesma taxa estava em 10,41%, indicando uma queda de mais de meio ponto percentual em apenas dois dias.
Essa redução também se refletiu no juro real projetado para 12 meses (linha amarela), que retornou para cerca de 6,50%. Se a Selic tivesse sido reduzida em 0,25 ponto percentual na quarta-feira, ou se alguns dos diretores do BC tivessem votado a favor da diminuição da taxa básica, o cenário poderia ter sido diferente. No entanto, uma vitória nesse sentido poderia ter sido passageira.
Uma redução na Selic poderia levar a um aumento nos juros de mercado de 12 meses à frente, sinalizando que uma elevação poderia ser necessária em breve. É essa segunda taxa e os juros reais, e não apenas a Selic, que de fato influenciam as decisões dos agentes econômicos.
Após a última redução da Selic em maio, o mercado reagiu de forma inesperada. Mesmo com o placar dividido no Copom, com os diretores indicados pelo governo votando por um corte de 0,50 ponto percentual, os juros futuros subiram nos dias seguintes, devido à incerteza em relação à condução da política monetária.
A forma como as decisões são tomadas e comunicadas pelo Copom desempenha um papel crucial na confiança do mercado. Uma postura mais clara e unânime poderia ter evitado a volatilidade observada nos juros futuros. É fundamental que o Banco Central mantenha um compromisso transparente e consistente para garantir a estabilidade e previsibilidade no mercado financeiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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