Taxa básica de juros no Brasil é de 7,3%, atrás da Turquia e da Rússia, influenciada pela política monetária global e pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que afeta o Produto Interno Bruto.
Com a decisão do Banco Central de elevar a Selic para 10,75% ao ano, um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião desta quarta-feira (18), o Brasil alcançou o terceiro lugar no ranking de países com os maiores juros reais, que leva em consideração a expectativa de inflação. Isso significa que os juros no Brasil estão entre os mais altos do mundo.
Essa mudança reflete a estratégia do Banco Central de controlar a inflação, que tem sido uma preocupação constante para a economia brasileira. Com a taxa de juros mais alta, o BC busca desestimular o consumo e o investimento, reduzindo assim a pressão sobre os preços. Além disso, a taxa de juros real de 7,3% é significativamente alta, o que pode afetar a economia real e influenciar as taxas de juro aplicadas pelos bancos. A alta taxa de juros também pode impactar a valorização do real em relação a outras moedas. É importante monitorar as taxas de juros para entender melhor o impacto na economia.
Juros Reais: Turquia e Rússia Lideram o Ranking
A Turquia lidera o ranking de juros reais, com uma taxa de 24%, seguida pela Rússia, com 12,3%. Essa compilação foi elaborada pelo Valor Data, com base em dados do Boletim Focus do Banco Central, da B3 e da Trading Economics, considerando apenas os países do G-20, que representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) global. No entanto, países menos desenvolvidos possuem taxas maiores que a Turquia, a Rússia e o Brasil.
O ranking foi feito usando as taxas básicas de juros dos países divulgadas mais recentemente. Já o cálculo para o Brasil considera um derivativo (contrato financeiro negociado na B3), descontando a expectativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para os próximos 12 meses. Isso significa que os juros reais no Brasil são calculados levando em conta a inflação esperada.
Brasil Assume Pioneirismo nos Ciclos da Política Monetária Global
O Brasil subiu de posição depois de assumir, mais uma vez, o pioneirismo nos ciclos da política monetária global. Neste mês de setembro, o BC iniciou mais um ciclo de apertos na taxa de juros. Desta vez, não por descasamento com outras economias, mas para recobrar a credibilidade da autoridade monetária após a desancoragem das expectativas para a inflação em meio a temores sobre a política fiscal do governo.
O processo é entendido como fundamental para a sucessão de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir a autarquia a partir de 2025. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a aumentar os juros para manter a inflação sob controle, antes de Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai.
Expectativas para a Inflação e Juros
Desde março de 2022 até maio de 2023, o Brasil sustentou a posição de país com o maior juro real do grupo analisado. Entretanto, como seus pares na América Latina, começou a descer posições com as reduções nas taxas que vieram depois, em agosto do último ano. Após cortar juros oito vezes seguidas, desde agosto do ano passado, o BC brasileiro manteve a Selic em 10,5% ao ano por dois encontros seguidos.
Conforme o Boletim Focus mais recente, a expectativa é que os juros subam a 11,25% até o fim deste ano. A expectativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou para 4,35% em 2024, sexta semana consecutiva de elevação das projeções. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) enfim iniciou seu ciclo de reduções de juros, por tanto tempo ansiado, com um corte de 0,5 ponto percentual, o que levou as taxas ao intervalo entre 4,75% a 5% ao ano por lá.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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