Courtney Henning Novak, 45 anos, iniciou um desafio pessoal: ler um livro de cada país. No Brasil, o narrador não confiável a fez ‘trair’ seu projeto pessoal.
Depois de se tornar um fenômeno nas mídias sociais ao ler ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ e desafiar sua própria regra ao escolher uma nova obra de Machado de Assis, a americana Courtney Henning Novak entrou para um debate acalorado que separa os fãs de ‘Dom Casmurro’: ‘Capitu não traiu!’
A escritora brasileira Machado de Assis é conhecida por suas tramas envolventes e personagens marcantes que conquistaram leitores ao redor do mundo. A controvérsia sobre a fidelidade de Capitu em ‘Dom Casmurro’ continua a inspirar discussões acaloradas entre os admiradores do renomado autor brasileiro.
Machado de Assis: Um Gênio da Literatura Brasileira
A autora revelou hoje que concluiu a leitura da obra de Machado de Assis e se apaixonou por Capitu. Ela destaca a questão do narrador não confiável, mergulhado em ciúmes. ‘Dom Casmurro’, publicado em 1899, narra a história de amor entre Bentinho e Capitu, abordando o tema do adultério. O narrador, Dom Casmurro, é retratado como um homem solitário, convencido de ter sido traído por sua esposa.
As possíveis traições de Capitu com o melhor amigo de Bentinho são sugeridas, mas as interpretações variam entre os leitores. Menos de uma semana após decidir ler outra obra de Machado de Assis, a autora finalizou o livro, influenciada pelos comentários dos brasileiros em seus vídeos.
Em seu projeto pessoal, a autora pretendia ler uma obra de cada país em ordem alfabética, mas se deparar com Machado de Assis a fez incluir um ‘bônus’ brasileiro. ‘Memórias Póstumas’ foi uma experiência tão marcante que ela teve que adicionar o Brasil antes de seguir para outros países.
Em outro vídeo recente, a autora elegeu sua primeira leitura de Machado de Assis como a favorita entre os autores dos países com as letras ‘A’ e ‘B’. Após terminar ‘Dom Casmurro’, ela pondera se sua posição como obra preferida está ameaçada.
O encanto por ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ é explicado, assim como a importância de não abrir mão da leitura completa. O reconhecimento internacional de Machado de Assis não é novidade, como o elogio de Philip Roth em 2008, comparando-o a Samuel Beckett.
Hélio de Seixas Guimarães, professor de literatura brasileira na USP, destaca a presença global das obras de Machado de Assis em diversas línguas. O prestígio do autor cresceu consideravelmente a partir do século XX, especialmente nos círculos acadêmicos.
A tradução de Flora Thompson-DeVeax para o inglês, lida pela autora, ampliou o alcance de ‘Memórias Póstumas’ no exterior, tornando Machado de Assis mais conhecido além das fronteiras brasileiras.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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