Resultados parciais da Periferia Brasileira de Letras, pesquisa da Fiocruz, incluem Oficinas de escrita, Editoras independentes e Bibliotecas comunitárias em capitais, além de Grupos de Arte e Grupos de contação de história, Batalhas de rima e Saraus literários.
O levantamento de atividades literárias nas periferias de capitais brasileiras ganha mais profundidade com a segunda edição. O estudo abrange de forma mais ampla saraus, batalhas de rima e editoras independentes, destacando a importância dos coletivos nestas comunidades.
Uma das iniciativas recentes que chamou atenção foi a do Coletivo Juremas, que integra a Rede PBL em Macapá. Em conversa com o Coletivo Fostxig, na Aldeia do Manga em Oiapoque, ficou evidente a força dos movimentos culturais nas periferias. De fato, a literatura é uma das áreas que tem visto o surgimento de editoras independentes e a organização de eventos como saraus e batalhas de rima, o que revela uma rica profusão de iniciativas literárias. O estudo destaca que iniciativas como essas são trabalhos de muitas pessoas que se unem para criar e compartilhar conteúdo literário.
Coletivos literários periféricos crescem em número e importância
Em uma cena cultural e social em constante evolução, os coletivos literários periféricos têm se destacado como protagonistas da cena artística brasileira. Segundo dados preliminares da pesquisa Periferia Brasileira de Letras (PBL), a quantidade desses coletivos cresceu 36% em pelo menos dez periferias de capitais brasileiras. Este aumento expressivo reflete a crescente importância dessas iniciativas culturais, que se tornaram uma força vibrante na vida cultural do país.
Um aumento significativo na participação cultural
Entre o ano de 2022 e 2024, o número de coletivos literários mapeados pela PBL passou de 169 para pelo menos 230. Este aumento não é apenas numérico; ele também reflete uma mudança de paradigmática. Os coletivos literários, muitas vezes considerados ‘coletivos periféricos’, são agora reconhecidos como uma força cultural de peso. Eles não apenas promovem a literatura de forma inclusiva, mas também participam ativamente da vida social e política das comunidades.
Coletivos literários: um espaço de diálogo e criatividade
Os coletivos literários são iniciativas que vão desde saraus e batalhas de rima até grupos de contação de história, bibliotecas comunitárias, editoras independentes e companhias de teatro de rua. Eles oferecem um espaço onde as pessoas podem se reunir, compartilhar suas experiências e criar coletivamente. As oficinas de escrita e editais de coletivos também fazem parte dessas iniciativas. O resultado são conteúdos literários que refletem a realidade das periferias e que são produzidos por pessoas que se conectam com a vida cultural do país.
Cultura popular como espaço de resistência
Esses coletivos literários são parte de um movimento mais amplo de resistência cultural e social. Eles se opõem ao controle armado do território e promovem a participação ativa das comunidades. Além disso, eles trabalham com questões como feminismo, racismo e a saúde pública, revelando uma conexão real entre a literatura e a questão social.
Entrevistas qualitativas: uma abordagem mais profunda
Uma das novidades da segunda edição da PBL foi a inclusão de entrevistas qualitativas, realizadas pelos 14 coletivos que integram a pesquisa. Essas entrevistas permitiram uma compreensão mais profunda da realidade desses coletivos e de suas preocupações. Até o momento, os coletivos mapeados pela PBL realizaram 112 entrevistas, com 230 pessoas.
Certificados: um instrumento de fortalecimento
Cada um dos coletivos mapeados receberá um certificado, documento estratégico para a captação de recursos públicos. O certificado pode ser utilizado como instrumento de portfólio para fortalecer a disputa por editais, segundo a coordenadora da PBL. Essa iniciativa visa reconhecer a importância desses coletivos e apoiar sua atividade.
Coletivos literários: um novo modelo de participação social
A coordenadora da PBL destaca a importância desses coletivos como um novo modelo de participação social. Ela vê nesses coletivos uma conexão real entre a literatura e a questão social, posicionando-os como parte de um movimento mais amplo de resistência cultural e social.
Fonte: @ Terra
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