Plataforma Dall-E do ChatGPT busca mudar estereótipos brasileiros, promovendo diversidade e representatividade com profissionais locais.
Para Jorge Brivilati, CEO da Bamboo Stock, acredita-se que a representatividade real do Brasil ainda não é atingida pela presença da IA (Inteligência Artificial). Os estereótipos que circundam a figura dos brasileiros globalmente estão presentes no cerne da Inteligência Artificial, segundo sua perspectiva. Ainda há um longo caminho a percorrer para que a IA possa de fato refletir a diversidade e complexidade do Brasil.
É essencial entender como os viéses impactam a tomada de decisão da Inteligência Artificial em relação à realidade brasileira. A incorporação de mais dados e contextos locais pode ser a chave para que a IA compreenda verdadeiramente a diversidade cultural e social do Brasil. Incluir a perspectiva brasileira nas construções da Inteligência Artificial pode abrir portas para um desenvolvimento mais inclusivo e assertivo.
Plataforma Dall-E e a Criação de uma Mulher Brasileira
Recentemente, a plataforma Dall-E recebeu a tarefa de gerar, por meio do ChatGPT, a representação de uma mulher brasileira. No entanto, o resultado acabou reforçando estereótipos comuns, como a magreza e a pele bronzeada, associados a cenários típicos no imaginário estrangeiro, como uma floresta tropical ou o calçadão do Rio de Janeiro.
IA e a Importância da Curadoria Humana
Brivilati destaca a importância de investir em uma curadoria humana mais próxima da Inteligência Artificial, a fim de garantir a diversidade nas plataformas. Ele ressalta que, sendo a IA altamente treinável, é essencial ampliar a representatividade e a correção nos resultados gerados.
Para atingir essa meta, é fundamental fornecer cada vez mais dados em termos de quantidade e qualidade, uma necessidade já endereçada pela Bamboo. A empresa oferece um banco de vídeos focados em produções brasileiras para treinar ferramentas de IA generativa, visando a gerar imagens mais precisas e variadas da população do Brasil.
Desconstruindo Estereótipos com Tecnologia
A Bamboo destaca a oportunidade de utilizar a tecnologia para desconstruir estereótipos, baseando-se na valorização do olhar artístico e no suprimento das demandas do mercado publicitário com conteúdo genuinamente brasileiro. Seus vídeos englobam desde belezas naturais e pontos turísticos até a diversidade cultural e étnica do país, abrangendo diversas regiões e etnias.
A discussão sobre as ‘inconsistências interpretativas’ da Inteligência Artificial tem ganhado destaque tanto no público em geral quanto no contexto publicitário. Em fevereiro, o Gemini, uma IA generativa do Google, suspendeu a geração de retratos humanos devido a incongruências históricas evidentes.
Para evitar constrangimentos e padrões impostos pela tecnologia, a Dove optou por não utilizar Inteligência Artificial em suas campanhas publicitárias, priorizando a representação autêntica de mulheres reais. Essas iniciativas refletem a necessidade de equilibrar avanços tecnológicos com sensibilidade e consciência sobre a representação na mídia.
Fonte: @ Mundo do Marketing
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