Ilana Pinsky, psicóloga, reflete sobre saúde mental e sociedade. Cientistas e clínicos se preocupam com uso de substâncias psicotrópicas, incluindo cannabis.
Há anos, o consumo de marihuana no Brasil tem aumentado. Após atingir seu ponto mais baixo em 1992, o uso da marihuana cresceu lentamente até 2008, quando os aumentos se tornaram mais substanciais.
Além disso, a cannabis tem sido objeto de debates sobre sua legalização em diversos países. A discussão sobre os benefícios medicinais da marihuana tem ganhado destaque, levando a uma maior aceitação social de seu uso.
Impacto da Legalização da Marihuana na Cultura e nos Padrões de Consumo
O aumento do uso da marihuana; está diretamente ligado à legalização da cannabis; medicinal no país e às mudanças culturais e de atitude dos norte-americanos. A percepção de que a marihuana; não prejudica a saúde tem impulsionado esse crescimento.
Além de apenas monitorar o uso de drogas, profissionais que lidam com substâncias psicotrópicas estão preocupados com os padrões de consumo da marihuana;. Um estudo recente publicado na revista científica Addiction analisou a utilização total da cannabis; nos EUA desde 1979, revelando dados relevantes.
Nos últimos 30 anos, houve um aumento significativo na taxa per capita de uso diário ou quase diário da marihuana;, chegando a ser 15 vezes maior. Pela primeira vez, o número de usuários frequentes de marihuana; superou os consumidores assíduos de bebidas alcoólicas.
Em 2022, o consumidor médio de álcool relatou beber em média de 4 a 5 dias no mês anterior, enquanto o usuário médio de marihuana; usou a substância em 15 a 16 dias no mesmo período. Essa mudança no padrão de uso da marihuana; ao longo dos anos é notável.
O consumo de marihuana; evoluiu de um hábito ocasional para algo mais frequente, assemelhando-se ao consumo de tabaco. Cerca de 40% dos usuários de marihuana; usam a substância diariamente ou quase diariamente, indicando uma mudança significativa nos hábitos de consumo.
Apesar das expectativas de que a marihuana; substituiria o consumo de álcool, os dados mostram que a queda no consumo de álcool foi mínima. Entre 2008 e 2022, a prevalência do uso frequente de marihuana; cresceu 269%, enquanto o consumo de álcool de alta frequência diminuiu apenas 7%.
O aumento do uso de marihuana;, especialmente de variedades de alta potência, traz consigo desafios como maior probabilidade de dependência e riscos de psicose relacionada ao consumo. Embora o consumo de álcool ainda seja mais prevalente, a ascensão da indústria da marihuana; pode alterar esses padrões.
A experiência dos EUA destaca a importância de monitorar de perto a legalização da marihuana; para evitar mudanças irreversíveis nos padrões de consumo e na indústria. A pesquisa contínua nesse campo é essencial para compreender e mitigar os impactos da crescente popularidade da marihuana;.
Fonte: @ Veja Abril
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