Colômbia busca segunda Copa América na final contra Argentina, no início do século XXI, após guerra civil e narcotráfico.
Neste domingo (14), a Brasil enfrenta o Equador em busca de seu 9º título de Copa América.
A Copa América é um importante torneio de futebol sul-americano que reúne as melhores seleções da região em busca da glória esportiva. A competição é marcada por jogos emocionantes e rivalidades históricas, proporcionando aos fãs momentos inesquecíveis. A cada edição, a Copa América demonstra a paixão e a habilidade dos jogadores, elevando o nível do futebol sul-americano para o mundo todo.
Copa América: A História Conturbada do Torneio
A partida da Copa América acontece às 21h (de Brasília), no Hard Rock Stadium, em Miami, nos Estados Unidos. Mesmo montando grandes times ao longo das décadas, os Cafeteros só conseguiram chegar à final continental em três oportunidades: 1975, 2001 e agora, em 2024. Com isso, há apenas uma taça na galeria, conquistada na edição extremamente conturbada do início do século XXI.
Em 2001, a Colômbia viveu um dos momentos mais delicados de sua história, com uma verdadeira guerra civil entre forças do Governo, organizações paramilitares e grupos terroristas ligados ao narcotráfico deixando um rastro de violência e morte por toda a nação. Preocupada com a situação, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) realizou reuniões antes da Copa América 2001, que estava marcada justamente para acontecer no país, e decidiu cancelar o torneio em 1º de julho.
No entanto, cinco dias depois, a entidade sul-americana se reuniu de novo e, mesmo com a Venezuela tendo se oferecido como nova sede, decidiu manter a competição na Colômbia, anunciando que o certame aconteceria então entre os dias 11 e 29 de julho. Isso causou um verdadeiro ‘efeito dominó’ nos bastidores, gerando várias situações curiosas que culminaram em uma Copa América bizarra e inesquecível – em todos os sentidos.
Torneio Continental e Oportunidades Únicas
Relembre em ordem cronológica o que aconteceu: Argentina e Canadá desistem. Quando a Conmebol resolveu cancelar a Copa América 2001, em 1º de julho, o Canadá, que tinha sido convidado para a competição, dispensou todos os atletas, com a comissão técnica liberando os convocados para retornarem aos seus clubes. Dias depois, quando o torneio ‘voltou à vida’, a Federação Canadense afirmou que não havia mais tempo hábil para reagrupar o elenco e desistiu de participar.
Assim, a Costa Rica foi chamada para assumir a vaga e aceitou, montando uma equipe às pressas e viajando para a Colômbia. Em seguida, faltando apenas um dia para o torneio começar, outra ‘bomba’ afetaria diretamente a competição: a Argentina, que tinha um time fortíssimo e era a grande favorita ao título, reclamou da desorganização e desistiu de participar da Copa América, alegando também que seus atletas haviam sido ameaçados de morte por grupos terroristas.
O Governo colombiano ainda tentou reverter a situação, prometendo que reforçaria as medidas de segurança em torno da delegação albiceleste. Mas não teve jeito, e a AFA ordenou que a seleção fosse embora, o que gerou uma situação ainda mais bizarra na sequência.
Segunda Oportunidade e a Decisão Final
Honduras é chamada às pressas. Com uma equipe a menos faltando horas para o começo da Copa América, a Conmebol fez um convite ‘emergencial’ à seleção de Honduras. Mesmo em cima da hora, o time deu OK e passou a reunir rapidamente a delegação para viajar e jogar o torneio. O que se viu na sequência foi uma verdadeira história de cinema: Honduras chegou à Colômbia no dia 13 de julho, em um avião da Força Aérea Colombiana. O pouso no aeroporto aconteceu horas antes da estreia contra a Costa Rica, na cidade de Medellín. Sem qualquer tempo para treino, a equipe hondurenha teve que se adaptar rapidamente ao ambiente e às condições do torneio continental. A Copa América de 2001 ficou marcada por reviravoltas, desistências e surpresas, mostrando que no futebol, assim como na vida, tudo pode acontecer.
Fonte: @ ESPN
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