Companhia de insumos agrícolas não paga dívida de CRAs, entra com pedido de recuperação judicial e sofre renúncia de conselheiros no agronegócio brasileiro.
Os investidores estão observando uma tendência de queda nos Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) que possuem exposição aos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos pelo AgroGalaxy, após a empresa ter solicitado recuperação judicial no final da tarde de ontem.
A queda nos Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) é um reflexo direto da incerteza gerada pela situação do AgroGalaxy, uma distribuidora de insumos agrícolas que agora enfrenta um processo de recuperação judicial. A empresa precisa reestruturar suas finanças para evitar uma crise ainda maior no setor. A incerteza é grande e os investidores estão aguardando os próximos passos da empresa para entender melhor o impacto nos Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) e nos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos pelo AgroGalaxy.
AgroGalaxy: Uma Crise em Desenvolvimento
Por volta de 10h25, o XPCA11, Fiagro da XP, apresentava uma queda de 6,56%, cotado a R$ 8,12, liderando a lista de fundos com exposição aos CRAs do AgroGalaxy. Em seguida, o JGPX11 registrava uma perda de 5,12%, negociado a R$ 76,23. É importante notar que o Fiagro da JGP detém a maior participação do CRA do AgroGalaxy na carteira, correspondendo a 8% do patrimônio líquido (PL) total do fundo.
O Fiagro da Capitânia, o CPTR11, também apresentava uma perda expressiva de 2,83%, a R$ 7,91. De acordo com o relatório gerencial mais recente, 7% do PL do fundo investe no título, sendo a segunda maior exposição do portfólio do CPTR11. Outros Fiagros com exposição aos CRAs do AgroGalaxy seguiam a tendência negativa e recuavam em bloco, como o BBGO11, com perdas de 2,73%, e o AAZQ11, em queda de 0,51%.
A Crise do AgroGalaxy: O Que Está Acontecendo?
Nesta semana, o AgroGalaxy, uma distribuidora de insumos agrícolas, deixou de realizar o pagamento de uma parcela dos CRAs emitidos em conjunto com a Vert Securitizadora há dois anos. A amortização devida faz parte de uma emissão de R$ 500 milhões com vencimento em 2027. No entanto, como não houve o pagamento, a securitizadora declarou o vencimento antecipado automático de todas as obrigações decorrentes da emissão.
Pouco antes do fechamento do mercado ontem, a empresa anunciou, por meio de fato relevante, o pedido de recuperação judicial em caráter de urgência. Em comunicado à imprensa, a empresa afirmou que ‘o pedido de recuperação judicial visa a proteção de seus ativos e de suas investidas e para viabilizar a readequação de sua estrutura de capital frente aos desafios do agronegócio brasileiro’.
Antes da divulgação do fato relevante referente ao pedido de recuperação judicial, o AgroGalaxy havia emitido um outro fato relevante, durante a manhã de quarta-feira, anunciando a renúncia do até então diretor-presidente da empresa no Brasil, Axel Labourt. Welles Pascoal, que antecedeu Labourt na presidência da companhia, renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administração. Outros membros de conselhos diversos da empresa também renunciaram, totalizando seis saídas imediatas.
Impacto nos Fundos de Investimentos
A crise do AgroGalaxy afeta diretamente os fundos de investimentos que têm exposição aos CRAs da empresa. Os fundos de investimentos em Certificados de Recebíveis (CRAs) são uma forma de investimento que permite aos investidores ter acesso a uma carteira diversificada de ativos. No entanto, quando uma empresa como o AgroGalaxy enfrenta dificuldades financeiras, os investidores podem perder dinheiro.
A situação do AgroGalaxy é um exemplo de como as Cadeias Produtivas Agronegócio Brasileiro podem ser afetadas por problemas financeiros. A empresa é uma distribuidora de insumos agrícolas e sua crise pode ter um impacto significativo nos produtores rurais e na economia como um todo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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