Leonardo Porto alerta: incerteza no mercado de trabalho, pressões salariais e mudanças no BC dificultam alcançar a meta de inflação. Selic e boletim Focus são importantes indicadores.
No ano passado, o economista-chefe do Citi Brasil, Leonardo Porto, já alertava para a necessidade de corte de juros diante do cenário econômico. Suas projeções indicavam que a redução da taxa Selic seria crucial para impulsionar a economia. Para ele, os cortes de juros poderiam trazer benefícios a longo prazo, ainda que houvesse incertezas no caminho.
Em meio às expectativas de corte de juros, a redução da taxa Selic segue como um dos principais temas em discussão entre os analistas econômicos. A possibilidade de a Selic atingir patamares abaixo de 10% sinaliza um novo momento para o mercado financeiro. A expectativa é que a diminuição dos juros possa estimular investimentos e impulsionar o crescimento econômico de forma sustentável.
Boletim Focus projeta taxa de juros em 9% ao ano, mas especula-se corte para 8%
O boletim Focus, que traz a mediana das previsões dos economistas ouvidos pelo Banco Central, está em 9% ao ano. Mas há quem coloque a taxa básica de juros perto de 8%. Isso gera expectativas no mercado financeiro em relação à redução da taxa Selic.
‘Você junta o mercado de trabalho apertado, que deve apertar mais ainda dado o cenário de atividade econômica, a inflação que já está rodando acima do centro da meta, próximo do teto, com um quadro onde as expectativas para o médio e o longo prazos estão desancoradas do centro da meta.
Pressões salariais latentes e troca de mandato no Banco Central são sinal de alerta
O Banco Central vai ter dificuldade para cortar a taxa de juros e até justificar a continuidade do corte de juros’, diz Porto, em entrevista ao NeoFeed. Além desses fatores, o economista-chefe do Citi Brasil chama a atenção para dois pontos assimétricos que têm tudo para contribuir com uma redução mais cautelosa da Selic.
A indicação da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de que a revisão da meta fiscal está na mesa. Para Porto, a alta do dólar nos últimos dias para a casa de R$ 5 e R$ 5,05 são sinais desse ruído doméstico. O outro ponto que vai mexer com o mercado é a primeira troca de mandato do presidente do Banco Central após independência da autarquia federal. Esses elementos são fundamentais para entender o cenário atual em relação à taxa Selic e à economia como um todo.
Desafios para o Banco Central em meio a um mercado de trabalho aquecido
Entre os economistas, a previsão de queda da Taxa Selic gera análises cautelosas, especialmente diante de um mercado de trabalho apertado e com pressões salariais já presentes. Essas condições criam um ambiente desafiador para a dinâmica da política monetária e para a meta fiscal do país. O Banco Central precisa avaliar esses aspectos antes de tomar decisões de corte de juros, levando em consideração as pressões salariais latentes e as projeções de inflação.
O papel do mercado internacional e as incertezas postas pelas eleições
O mercado financeiro está atento não apenas ao cenário nacional, mas também às variáveis do mercado internacional, em especial à política monetária dos Estados Unidos e as eleições. Esses fatores podem impactar diretamente a economia brasileira, influenciando as decisões do Banco Central em relação à taxa de juros. Além disso, a China e suas relações comerciais também são fonte de preocupação para os analistas, que buscam compreender como esses elementos influenciarão o mercado financeiro e as perspectivas de crescimento econômico do país.
Fonte: @ NEO FEED
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