Em setembro e outubro, o Ifix enfrenta perdas acima de 5% devido à alta dos juros, ativos de risco e volatilidade, afetando a perspectiva de juros e desvalorização.
As alterações nos juros vêm afetando o mercado imobiliário brasileiro, com os fundos imobiliários registrando um desempenho negativo em outubro. O Ifix, índice utilizado como referência, apresentou umaqueda de 3% no mês, indicando uma desvalorização que não era observada nos últimos dois anos, desde novembro de 2022. Este cenário demonstra a influência dos juros na valorização dos investimentos.
A relação entre juros e valor dos fundos imobiliários é complexa, pois a alta nos juros pode afetar positivamente os juros compostos e negativamente os juros simples. No entanto, a desvalorização dos fundos imobiliários também pode ser influenciada por variações nas taxas de juros. A análise das taxas de juros e sua interação com os juros fixos pode ser essencial para entender o comportamento dos fundos. Além disso, é importante considerar que a taxa de juros de um fundo pode afetar a rentabilidade dos investimentos. Em alguns casos, a combinação de juros fixos e juros compostos pode resultar em uma rentabilidade mais estável.
Setembro deixou uma ferida profunda nos fundos imobiliários
Os fundos imobiliários brasileiros ainda estão se recuperando do impacto negativo de setembro, quando as perdas do índice Ifix alcançaram 5,6% nos últimos dois meses. No acumulado do ano, o saldo é negativo em 3,2%, mas o desempenho do índice foi positivo em seis dos dez meses de 2024. A combinação de risco fiscal e inflação é o principal motivador para a alta dos juros futuros, principalmente na parte longa da curva. Os ativos de risco em geral estão passando por uma fase de forte volatilidade e essa tendência deve continuar nos próximos meses, diante da perspectiva de juros elevados no Brasil.
Expectativas de juros elevados pautam mercado
A toada altista das expectativas para os juros é influenciada por dois problemas atuais: o risco fiscal e a dinâmica inflacionária. A percepção de que o governo não está comprometido com o arcabouço fiscal tomou conta do mercado, e os investidores têm mais dúvidas do que certezas sobre o rumo das contas públicas do país. A pressão para que o governo tome medidas para controlar os gastos é forte, e o mercado está à espera do anúncio de um pacote de corte de despesas. É necessário que o governo apresente um plano concreto para reduzir os gastos, pois o mercado tem dado cada vez menos credibilidade para anúncios de corte de gastos.
Taxa de juros alta impede valorização dos fundos imobiliários
A taxa oferecida pelo Tesouro IPCA saiu de 6,4% para 6,8% ao longo de outubro, uma alta de 0,4 ponto em apenas um mês. Isso pressiona todos os ativos de risco, não só os fundos imobiliários, pois o investidor tem a opção de alocar em um título público que paga a inflação mais 6,8% com risco soberano. Enquanto o Brasil tiver inflação fora da meta, problemas fiscais e juros altos, os fundos imobiliários vão ter pouco espaço para valorização. No entanto, cenários como esse podem ser uma oportunidade para comprar bons ativos por um preço mais baixo.
Juros altos: uma perspectiva desfavorável para os fundos imobiliários
A alta dos juros futuros é um indicador de que o mercado está esperando uma solução para os problemas de inflação e risco fiscal. A combinação de inflação alta e juros altos é um desafio para os fundos imobiliários, que precisam ser competitivos em um ambiente de juros elevados. A desvalorização dos ativos de risco, incluindo os fundos imobiliários, é uma consequência direta da alta dos juros futuros. A expectativa de juros altos por mais tempo no Brasil deve continuar a pressionar os ativos de risco, tornando difícil para os fundos imobiliários valorizar-se no curto prazo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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