Professora Priscila Caneparo, da UFPR, vê ataque de Netanyahu como jogada política para garantir governabilidade em meio a guerra civil libanesa e ações militares israelenses.
Em conversa com a CNN, a professora Priscila Caneparo, doutora em Direito Internacional pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), abordou a declaração do primeiro-ministro Israelense, Benjamin Netanyahu, sobre a mudança de foco da guerra para o Líbano. Israel está atento a essa nova dinâmica de conflito na região.
Além disso, Caneparo ressaltou a tensão histórica entre o Estado de Israel e o grupo Judeu Hezbollah, indicando a delicadeza da situação atual. A relação entre Israel e o Líbano é complexa e exige cautela por parte de ambas as partes envolvidas. A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos dessa questão.
Israel e suas ações militares no sul do Líbano
Após o desenrolar da guerra civil libanesa, Israel estendeu sua presença para o sul do Líbano, uma área que agora se tornou alvo das operações militares israelenses. Em 2006, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU tentou pôr fim aos confrontos entre Israel e o Hezbollah, após inúmeras vidas civis serem ceifadas.
A questão política é evidente no cenário, com o Ministro da Defesa de Israel realizando uma visita aos EUA para se reunir com Blinken. Netanyahu expressou seu compromisso com a proposta de cessar-fogo em Gaza, enquanto um ataque israelense resultou na morte de uma autoridade de saúde na Faixa de Gaza, conforme relatado pelo ministério.
A análise política sugere que Netanyahu pode estar utilizando a possibilidade de um ataque ao sul do Líbano como uma estratégia para fortalecer sua posição no governo. Existe uma pressão da opinião pública em Israel por ações militares naquela região, e um possível ataque ao Hezbollah poderia desviar a atenção das críticas sobre as atrocidades ocorridas em Gaza.
Recentemente, um think tank israelense indicou que apenas 26% da população apoiaria uma ação militar de Netanyahu no sul do Líbano. No entanto, após os ataques do Hezbollah em solo israelense, essa porcentagem aumentou para 36%, destacando a sensibilidade da situação.
O risco de um conflito regional é uma preocupação latente. Especialistas alertam que se Israel atacar o Hezbollah no Líbano, o Irã, apoiador do grupo militante, poderia se envolver no confronto, ampliando a escala do conflito. A possibilidade de um embate regional é real, considerando as conexões entre o Hezbollah e o Irã.
Além disso, há indicações de que os EUA questionam a capacidade militar de Israel para enfrentar forças regionais como o Hezbollah e o Irã. Essa postura americana poderia acelerar um acordo de cessar-fogo, caso o apoio dos EUA não seja favorável a Israel. A incógnita permanece: como Israel irá prosseguir no Líbano sem o respaldo dos Estados Unidos?
Fonte: @ CNN Brasil
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