Ministro dos Transportes defende a descarbonização da frota de veículos com a criação de postos de GNL na Região Nordeste, ampliando a autonomia dos caminhões e diminuindo as emissões de CO2.
O Brasil está avançando rapidamente para promover a transição energética no transporte de cargas, com destaque para a expansão da infraestrutura de GNL. Recentemente, o ministro da Infraestrutura, Renan Filho, revelou novos investimentos para a instalação de postos de abastecimento de GNL ao longo das principais rodovias do país.
O Gás Natural Liquefeito é uma alternativa limpa e eficiente para reduzir as emissões de carbono no setor de transporte rodoviário. Com a expansão da rede de abastecimento de GNL, os caminhoneiros terão acesso a uma opção de combustível mais sustentável, contribuindo para a preservação do meio ambiente. Esta iniciativa do governo federal representa um passo importante rumo à descarbonização do transporte de cargas no Brasil.
Implementação do GNL como combustível para caminhões
Caso o governo consiga engatar essa marcha, a medida complementaria iniciativas recentes para adoção de diesel verde (HVO), biometano e o aumento da mistura de biodiesel ao diesel.
Outras opções de combustível eco-friendly
‘O governo quer incentivar as empresas de novas concessões rodoviárias federais a instalarem esses equipamentos de abastecimento de GNL, usando recursos das tarifas de pedágio que estão reservados para utilização em transição energética e novas tecnologias’, afirmou o ministro na última terça-feira, 19 de março, em Brasília, durante o seminário ‘Descarbonização: Rumo à Mobilidade de Baixo Carbono no Brasil’, realizado pelo Grupo Esfera e o MBCB (Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil).
Desafios na adoção do GNL
Diferentemente do Gás Natural Veicular (GNV), amplamente difundido no Brasil, com uma frota de 2,5 milhões de veículos, a grande maioria leves, e uma rede abastecimento estruturada, o uso do GNL como combustível para caminhões ainda é incipiente no País – com apenas algumas centenas de unidades em circulação, em comparação aos cerca de mil caminhões movidos a GNV.
Processo de criogênese para o armazenamento do GNL
O GNL utiliza da molécula do gás natural, que abastece veículos (GNV), residências e empresas por meio de dutos. A diferença para o GNV é o processo para armazenagem da molécula. Enquanto o GNV comprime o gás, o GNL liquefaz num processo de criogênese, conservando-o em temperatura de 160 graus negativos.
Vantagens do GNL em relação ao GNV
Esse método faz com que a autonomia do caminhão, que utiliza cilindros para armazenar o gás liquefeito, possa ser de até 1,2 mil quilômetros com um tanque de GNL, contra 400 quilômetros em média nos tanques de GNV. O combustível no formato liquefeito, portanto, é sustentável para substituir o diesel, que está em praticamente toda a frota rodoviária de carga.
Impacto ambiental do uso do GNL
O GNL emite 28% menos CO2 e 90% menos NOx e materiais particulados que o diesel. Essa vantagem já tem sido explorada por outros países. A China tem uma frota de mais de 800 mil caminhões movidos a GNL, e na Europa são quase 500 mil.
Infraestrutura de abastecimento para GNL no Brasil
Recentemente, o Ministério dos Transportes obteve aprovação de uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para aumentar o tamanho máximo dos caminhões, para agregar o tanque de GNL.
Desafios na infraestrutura de GNL
‘Não adianta você garantir ao caminhão o tanque, mas não ter posto de combustível nos lugares, que é o que estamos estimulando na nova rede de concessões’, disse Renan Filho, acrescentando que o objetivo é criar os chamados ‘corredores azuis’ nas rodovias. O problema é que a infraestrutura de abastecimento para GNL é praticamente inexistente em estradas.
Estímulo ao uso do GNL no setor de transportes
O custo de implementação do sistema de abastecimento dos gás liquefeito é seis vezes maior que o de veículos a diesel. Como exige uma estrutura própria para manter o líquido a baixíssimas temperaturas, o sistema de abastecimento do GNL não permite aproveitar os equipamentos do GNV, disponíveis em muitos postos.
Desenvolvimento da infraestrutura de GNL no Brasil
Para a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), porém, a iniciativa do governo é importante por gerar uma discussão para a criação de uma infraestrutura para o GNL.
Projetos e investimentos futuros no setor de GNL
‘O ideal seria aproveitar essa iniciativa do governo de investir na rede de abastecimento para caminhões movidos a GNL e criar projetos estruturantes para outros mercados que possam usar o gás liquefeito, como a indústria’, afirma Marcelo Mendonça, diretor técnico-comercial da Abegás.
Fonte: @ NEO FEED
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