Média de prejuízo é de R$ 2.100 entre todas as faixas etárias. Perdas na classe AB são de R$ 6.300. Pessoas com mais de 60 anos são a parcela de usuários do sistema de pagamento que mais sofreram com impostores pedindo dinheiro emprestado.
Os idosos são alvos prediletos de golpes e fraudes, especialmente aqueles relacionados ao pix, devido à sua vulnerabilidade e falta de conhecimento sobre as tecnologias contemporâneas.
Segundo relatos da Polícia Federal, em 2022, um caso notório de estelionato envolvendo o pix teve seu limite aumentado para R$ 1.000,00, o que pode facilitar a prática de golpes contra a população mais idosa.
Golpes digitais: O impacto financeiro dos golpes no Brasil
O valor do prejuízo de uma vítima com mais de 60 anos é, em média, de R$ 4.200, quatro vezes maior do que o de um jovem de 18 a 24 anos; e 16 vezes maior que de uma vítima com menos de 18 anos. Este dado chama atenção para a importância de se proteger contra os golpes e fraudes, especialmente entre as pessoas mais vulneráveis. Os dados fazem parte de um levantamento conduzido pela Silverguard, empresa de proteção financeira digital, com dados do Banco Central (obtidos com a Lei de Acesso à Informação) e análises de cinco mil denúncias de vítimas na Central SOS Golpe – plataforma de antifraude –, e considera o período de janeiro a junho de 2024.
Nas outras faixas etárias, a média de prejuízo é de: Menos de 18 anos: R$ 2.700; 18 a 24 anos: R$ 1.046; 25 a 29 anos: R$ 2.165; 30 a 39 anos: R$ 2.530; 40 a 49 anos: R$ 2.885; 50 a 59 anos: R$ 2.400. Ou seja, a média de prejuízo das vítimas, considerando todas as faixas etárias, é de R$ 2.100.
Golpe e fraude: O papel do Pix na disseminação de golpes
O estudo Golpes com Pix revela que, entre a classe AB, as perdas são de R$ 6.300; na C, a cifra é de R$ 3.500; e na DE, R$ 1.500. Entre as vítimas com mais de 60 anos, o golpe mais comum é o impostor pedindo dinheiro emprestado e/ou ajuda (48%); compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (18%); e golpe da falsa central de atendimento do banco (7%). O WhatsApp foi o canal inicial de 69% das vítimas com 60 ou mais anos. Entre as vítimas de 50 a 59 anos, são a compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (35%); impostor pedindo dinheiro emprestado e/ou ajuda (27%); e golpe da falsa central de atendimento do banco (8%).
Golpe e estelionato: O impacto emocional nas vítimas
Para as vítimas mais velhas, o desafio de perder dinheiro em um golpe pode ser ainda maior. Muitos têm uma renda fixa limitada, já comprometida com outros gastos, e ainda há o trauma emocional de ter caído em um golpe onde, na maioria das vezes, o fraudador se passava por um familiar pedindo dinheiro emprestado. ‘O Pix não é o vilão, mas ajudou a acelerar o crescimento dos golpes digitais no Brasil’, afirma Marcia Netto, fundadora da Silverguard.
Golpe e fraude: A corporativização do golpe financeiro digital
Entre todos os golpes com pix analisados para a pesquisa da Silverguard, 97% são do tipo APP (authorised push payment fraud), em que o próprio usuário, iludido por uma história muito convincente, acaba transferindo dinheiro diretamente para o fraudador, ou seja, vítima de um golpe de engenharia social. A empresa responsável pelos dados foi criada depois que o pai da fundadora entrou para a estatística. Em 2022, ele perdeu R$ 15 mil e relata ter tido dificuldades para tentar recuperar, sem sucesso, o dinheiro perdido. Uma pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que os brasileiros perderam R$ 25,5 bilhões em golpes com pix e boletos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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