Estratégia agressiva de promoção de cassinos online avança sobre crianças nas redes sociais, alerta Instituto Alana, proteção à infância, BBC News Brasil.
Jogos de azar, incluindo o famoso ‘jogo do tigrinho’, estão cada vez mais presentes no cenário digital, especialmente em plataformas online. Recentemente, tem sido observado que influenciadores mirins brasileiros estão sendo remunerados para promover cassinos e sites de apostas para o público jovem no Instagram.
Essa prática levanta preocupações sobre a exposição de crianças e adolescentes a conteúdos relacionados a apostas e cassinos. É importante que haja uma regulamentação mais rígida para proteger a integridade dos influenciadores mirins e o bem-estar das gerações futuras. A conscientização sobre os riscos associados aos jogos de azar online entre os jovens é fundamental para garantir um ambiente digital mais seguro e saudável.
Jogos de azar: Estratégia agressiva de promoção popularmente conhecido como
A promoção agressiva dos jogos de azar na internet, amplamente conhecida por usuários de redes sociais, agora está direcionada de forma específica para os perfis de crianças e adolescentes, conforme revela uma investigação conduzida pelo Instituto Alana, uma organização dedicada à proteção dos direitos das crianças. Os jovens envolvidos na divulgação dos jogos de azar têm idades compreendidas entre 6 e 16 anos e alcançam um grande número de brasileiros — os canais contam com aproximadamente 200 mil seguidores e mais de 9,5 milhões, muitos dos quais também são crianças.
Os jogos de azar são considerados ilegais e proibidos no Brasil. A divulgação e promoção desses jogos para crianças e adolescentes violam leis de proteção à infância e regulamentos de entidades como o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). A participação de menores de idade em jogos de azar e a publicidade direcionada a esse público são consideradas particularmente prejudiciais por profissionais da saúde, uma vez que essa faixa etária é mais vulnerável ao vício.
Cassinos online: Influenciadores e mirins
As propagandas de jogos de azar são consideradas abusivas e ilegais, pois promovem produtos e serviços classificados como jogos de azar, resultando em danos à integridade física e psicológica das crianças que são alvo dessas campanhas. Maria Mello, coordenadora do programa Infância e Consumo do Instituto Alana, afirma que essas práticas causam prejuízos significativos para as crianças que são expostas a elas.
Para proteger os menores envolvidos, a BBC News Brasil optou por não divulgar os nomes dos oito influenciadores identificados na investigação do Alana. No entanto, a reportagem constatou que anúncios de jogos ilegais eram exibidos em seus perfis no Instagram, e todos os perfis estavam ativos até segunda-feira (24/6). Os influenciadores mirins compartilham stories e outras publicações promovendo os jogos, realizam sorteios de prêmios para quem adquire bilhetes, alegam ter obtido ganhos com as apostas e incentivam seus seguidores a participar dos jogos de azar de diversas maneiras.
Os familiares das crianças também participam das divulgações, e nos comentários é possível observar interações com outros perfis que adotam uma linguagem e imagens infantis. De acordo com o Instituto Alana, essa interação sugere que essas propagandas estão alcançando outras crianças e adolescentes. No entanto, o alcance exato só poderia ser determinado com a disponibilização de dados pelo Instagram, mas a plataforma afirmou à BBC News Brasil que não fornece essas informações.
Apostas e direitos das crianças: Promoção agressiva de jogos de azar
O Instagram não dispõe de uma opção para denunciar postagens que violem os direitos das crianças por meio de propaganda ilegal, conforme apontado pela investigação do Alana e confirmado pela BBC News Brasil. O Instituto Alana denunciou as postagens como ‘golpe ou fraude’, porém recebeu como resposta que elas não infringiam as diretrizes da comunidade. Procurada pela reportagem, a Meta, empresa responsável pelo Instagram, informou que removeu os posts com propaganda de jogos de azar dos perfis em questão.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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