A participação brasileira diminuiu na empresa resultante da fusão da Kraft Foods, influenciada pelo private equity 3G e bilionários brasileiros, segundo a rede americana CNBC.
A gigante empresa de investimento 3G Capital, liderada pelos renomados empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, recentemente se desfez da sua parte acionária na renomada companhia de consumo nos Estados Unidos, Kraft Heinz. A notícia foi divulgada pela CNBC, mostrando mais um movimento significativo no mercado financeiro atual.
A Kraft Heinz é uma destacada empresa de consumo americana, reconhecida por sua presença marcante no setor alimentício em todo o mundo. A venda das ações pela 3G Capital ressalta as constantes mudanças e estratégias que empresas de grande porte como essa precisam adotar para se manterem competitivas no mercado global.
Uma nova era para a Kraft Heinz
Quase nove anos após a fusão entre a Kraft Foods e a Heinz, com o suporte da Berkshire Hathaway de Warren Buffett, a holding de investimentos vendeu silenciosamente seus 16,1% restantes na empresa no último trimestre de 2021.
Depois de garantir a formação da Kraft Heinz, o grupo de origem brasileira assumiu o controle da empresa resultante da fusão, trazendo sua cultura de eficiência operacional e metas agressivas de resultados. Essa abordagem, inspirada em empresas brasileiras bem-sucedidas como a Ambev, é característica da influência dos bilionários brasileiros por trás da private equity 3G.
Ao longo dos anos, a presença da 3G na Kraft Heinz diminuiu gradualmente, e em julho de 2022, não havia mais representantes do grupo no conselho de administração. Apesar disso, a Berkshire Hathaway, de Buffett, permanece como acionista majoritária, detendo 26,8% da empresa.
A estratégia inicial de choque de gestão na Kraft Heinz, apoiada por Buffett, refletia os métodos de gestão enérgica da 3G, conhecidos por suas aquisições e fusões bem-sucedidas, incluindo a Anheuser-Busch InBev. A inclusão da Kraft na equação parecia ser um passo lógico para conquistar o mercado de consumo americano.
Apesar do início promissor, com cortes de custos e mudanças implementadas por Bernardo Hees, o plano rapidamente enfrentou desafios. Mudanças nos hábitos de consumo, com preferência por alimentos saudáveis e naturais, contribuíram para a queda nos resultados. Em 2019, a Kraft Heinz enfrentou trimestres decepcionantes, investigações contábeis e desvalorização de marcas significativas.
Meses depois, Jorge Paulo Lemann, um dos bilionários por trás da 3G, admitiu publicamente que o plano não havia saído como esperado. Em uma palestra, ele reconheceu as dificuldades, descrevendo-se como um ‘dinossauro amedrontado’ em um mercado em constante evolução.
As lições aprendidas com a experiência na Kraft Heinz certamente moldarão o futuro das estratégias de investimento e gestão para a 3G e suas empresas. É um lembrete poderoso de que, mesmo para os gigantes do mercado, a adaptação e a evolução contínua são essenciais para o sucesso a longo prazo.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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