Há uma guerra histórica sobre a utilização dos recursos do Orçamento, com cortes de gastos em programas sociais para ajuste econômico.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou hoje a importância do investimento em meio a uma discussão acalorada sobre a alocação de recursos do Orçamento. Enfatizou que é fundamental diferenciar claramente entre investimento e despesa, ressaltando a necessidade de priorizar ações que tragam retornos a longo prazo.
Em meio às críticas recebidas por não realizar cortes de despesas, Lula reiterou sua convicção de que o caminho para o crescimento econômico sustentável está no aumento do investimento em setores estratégicos. Destacou que é preciso manter um equilíbrio saudável entre despesas necessárias e investimentos que impulsionem o desenvolvimento do país.
Investimento em programas sociais: Lula critica empresários por isenções
Em recente entrevista à rádio CBN, o ex-presidente Lula fez duras críticas aos empresários que, segundo ele, reclamam dos gastos em programas sociais, enquanto se beneficiam de vultosas isenções fiscais. Lula enfatizou que as mesmas pessoas que clamam por cortes de despesas são as mesmas que desfrutam de isenções que totalizam R$ 546 bilhões.
Para o ex-presidente, a questão central é a distribuição dos recursos e a justiça social. Ele ressaltou a importância de não sobrecarregar os mais humildes do país com ajustes econômicos, apontando que é necessário um olhar mais crítico sobre as isenções concedidas, que chegam a quase R$ 600 bilhões.
Lula destacou a responsabilidade da equipe econômica em apresentar propostas de cortes e mencionou sua surpresa ao constatar a magnitude das renúncias fiscais concedidas pelo governo. Em uma conversa com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, ele expressou perplexidade diante da discrepância entre os cortes discutidos, da ordem de R$ 10 bilhões, e as isenções bilionárias em setores como agricultura e combustíveis.
O ex-presidente questionou a lógica de penalizar pescadores, aposentados, donas de casa e empregadas domésticas, enquanto setores privilegiados desfrutam de benefícios fiscais sem contrapartidas significativas. Para Lula, a concentração de isenções e desonerações em detrimento do mundo do trabalho revela um desequilíbrio no orçamento nacional, evidenciando a influência excessiva da elite econômica no direcionamento dos recursos públicos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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