Receita líquida da varejista recuou 5,5% em comparação com mesmo período de 2022, totalizando R$ 10,5 bilhões.
O desempenho do Magazine Luiza no último trimestre superou as expectativas do mercado, com um lucro líquido de R$ 212,2 milhões, demonstrando a resiliência e capacidade de adaptação da empresa em meio aos desafios do cenário econômico atual.
As ações da MGLU3 na bolsa de valores tiveram uma valorização significativa após o anúncio do resultado financeiro, consolidando a confiança dos investidores na solidez e crescimento contínuo do Magazine Luiza no mercado.
Magazine Luiza: Resultados do Quarto Trimestre Apresentam Crescimento
Margens bruta e de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) ajustada também cresceram, algo que a empresa já havia sinalizado que perseguiria, mesmo que isto afetasse o crescimento de vendas.
Ao se considerar o valor ajustado, a empresa fechou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 101,5 milhões, ante a uma perda de R$ 15,2 milhões no mesmo intervalo de 2022 — revertendo o desempenho dos últimos dois anos.
O resultado final do quarto trimestre está acima das projeções de analistas para o valor ajustado, em R$ 40,5 milhões, segundo média das projeções da Bloomberg.
As lojas físicas avançaram 3,5% de outubro a dezembro, acima dos 2,3 % do trimestre anterior, mas num ritmo menor que a de outros anos, consequência da estratégia declarada de ganho de lucratividade em 2023.
A receita líquida caiu 5,5% de outubro a dezembro, para R$ 10,5 bilhões, abaixo da média das projeções da Bloomberg, de R$ 10,8 bilhões.
As vendas totais do on-line, das lojas e de terceiros hospedados em seu marketplace ficaram estáveis, em R$ 17,9 bilhões, abaixo da projeção do Santander (R$ 18,2 bilhões) e em linha com estimativa da Genial Investimentos.
Analisada separadamente, a venda nos canais on-line de itens próprios caiu 7,8%, maior que o recuo de 4,3% no terceiro trimestre.
Já no marketplace — itens de lojistas terceiros vendidos em seu site e no ‘app’ — houve alta de 10%, ritmo abaixo dos 25% no terceiro trimestre, mesmo com Natal e Black Friday no fim de ano.
As despesas financeiras menores contribuíram para a melhora no resultado final do balanço — esses gastos respondiam por 5% da receita líquida de outubro a dezembro de 2022, e no fim de 2023, representaram 4%.
No resultado contábil, o lucro ainda foi beneficiado pela venda de participação societária da Luizaseg, por R$ 201,9 milhões, mas sentiu o efeito de uma provisão para o ICMS relacionado com o Difal, no valor de R$ 369,3 milhões.
O Difal é o diferencial de alíquotas do ICMS.
Desempenho do Magazine Luiza no Mercado Financeiro
No fim de 2023, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entenderam que os Estados poderiam cobrar das redes o Difal do ICMS desde abril de 2022, e não após 2023, como as varejistas defendiam.
Por isso há esse impacto de provisão nos números da rede.
A margem bruta do grupo subiu 2,5 pontos percentuais, para 30,3%, com reflexo do repasses ao consumidor da decisão sobre o Difal, e com isto, a rede protegeu sua rentabilidade.
Resultados Financeiros do Magazine Luiza: Destaques e Tendências
O Difal foi completamente repassado em 2023.
A margem Ebitda ajustada também foi superior ao consenso de analistas, em 7,2%, 1,2 ponto percentual acima de um ano antes.
Superou, também, as previsões de Itaú BBA e BTG Pactual (6,8%).
No acumulado de 2023, o prejuízo contábil foi de R$ 979 milhões, quase o dobro dos R$ 499 milhões de perda de 2022 — efeito dos números negativos dos trimestres anteriores.
Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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