Major Ronald, PM do Rio, entregou ao STF dados telemáticos sobre homicídios da vereadora, pedindo prisão preventiva em presídio federal à PGR.
O militar da polícia do Rio de Janeiro, Major Ronald Alves de Paula, também chamado de Major Ronald, submeteu ao Supremo Tribunal Federal informações digitais para refutar sua ligação com os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes.
Em sua defesa, Major Ronald destacou sua trajetória como policial exemplar e reiterou sua confiança no Supremo Tribunal Federal para esclarecer os fatos. O militar enfatizou que está comprometido com a verdade e aguarda com serenidade a conclusão das investigações sobre o caso.
Major Ronald enfrenta acusações relacionadas ao assassinato de Marielle Franco
O caso do assassinato de Marielle Franco, que completou seis anos sem julgamento, trouxe à tona o nome do Major Ronald Alves Paula, figura central nas investigações. Ele foi alvo de um mandado de prisão preventiva emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em maio, e já se encontra detido no presídio federal de Campo Grande, cumprindo pena por homicídio e ocultação de cadáver.
A Procuradoria-Geral da República denunciou Major Ronald pelas mortes de Marielle e Anderson Gomes, juntamente com outras figuras proeminentes, como o deputado federal Chiquinho Brazão e seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, além do delegado da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.
Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes autorizou que a denúncia contra Major Ronald e os demais acusados seja julgada pela 1ª Turma do STF, dando mais um passo na condução desse caso complexo.
A defesa de Major Ronald, liderada pelo advogado Igor de Carvalho, argumenta veementemente contra o julgamento no STF, alegando que o policial não possui foro por prerrogativa de função e não deveria ser julgado nessa instância. A defesa também questiona a validade das provas apresentadas, especialmente os dados telemáticos que alegam ligar o Major Ronald aos crimes.
Carvalho destaca que a Polícia Federal não indiciou Major Ronald e contesta a veracidade dos dados de geolocalização que embasaram a denúncia da PGR, apontando falhas e falta de comprovação da participação do policial nos delitos.
O delator Ronnie Lessa, ex-policial militar que fez acordo de delação premiada, admitiu ter executado o crime e apontou os irmãos Brazão como mandantes, levando o caso ao Supremo Tribunal Federal. A defesa de Major Ronald, por sua vez, apresenta evidências que contestam a versão dos acontecimentos, incluindo registros de sua presença em outros locais nos momentos-chave.
Diante das acusações e da complexidade do caso, a batalha legal em torno de Major Ronald continua, com argumentos sendo apresentados de ambos os lados e a verdade sobre os eventos daquela fatídica noite ainda envolta em mistério.
Fonte: © Conjur
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