Investimento de R$ 46 milhões financiou ações de prevenção e diagnóstico, impactando na queda de notificações, modelo de controle da rede em um local específico, com foco em sustentabilidade.
A malária é uma das doenças mais perigosas no mundo, afetando milhões de pessoas anualmente e sendo uma grande ameaça à saúde pública. Com mais de 249 milhões de casos em todo o planeta, é preciso ter cuidado com a prevenção.
A malária é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos, que podem causar sérias complicações e até mesmo a morte. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que 608 mil pessoas morreram em 2020. A região amazônica no Brasil é o berço da doença, mas com a implementação de um programa de prevenção, a situação está melhorando. A malária pode ser prevenida com o uso de repelentes e a eliminação de criadouros de mosquitos.
Redução impactante da malária: um sucesso a ser replicado
Um projeto de controle da doença nos municípios do sudoeste do Pará alcançou resultados estrondosos, com uma redução de até 99% nos casos de malária. Este modelo de sucesso pode servir como inspiração para outras áreas endêmicas. Iniciado em 2011, o Programa de Ação para Controle da Malária (PACM) foi desenvolvido pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, com o objetivo de combater a transmissão da doença infecciosa em seis municípios da região Norte do Brasil. O programa contou com um investimento de R$ 46 milhões, aplicados em infraestrutura de saúde, veículos, medicamentos e na contratação de profissionais de saúde especializados. Além disso, o PACM foi implementado em parceria com secretarias municipais e o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), com o intuito de criar uma rede local de vigilância e tratamento. De acordo com dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep), em Altamira, o número de casos de malária caiu de 10.838 em 2011 para 875 em 2023. Em Pacajá, que enfrentava uma epidemia em 2011 com 4.563 casos, o número caiu para 58 ocorrências em 2021. Esses números indicam a eficácia das ações preventivas, embora a continuidade dos resultados dependa de esforços contínuos e do suporte institucional. A malária é uma infecção causada pela fêmea do mosquito Anopheles, também conhecido como mosquito-prego, infectada por alguma espécie do protozoário do gênero Plasmodium. A doença, que tem cura, causa febre alta, tremores e dor de cabeça. Em casos graves, pode levar a quadros de convulsão, alteração da consciência, hemorragia e evoluir para óbito. A transmissão da malária é transmitida por mosquitos infectados, tornando-a uma doença endêmica em várias regiões do mundo.
Expansão das medidas: controle e vigilância
Além de reduzir os casos de malária, segundo especialistas, o PACM deixou sua marca na saúde pública da região. Izis Mônica Sucupira, coordenadora do Monitoramento da Transmissão de Malária e Leishmanioses, afirmou, em nota, que o programa ‘deixou para a região uma rede de saúde estruturada para dar continuidade às ações de controle e de prevenção, um legado essencial para a sustentabilidade do projeto’. A rede de saúde criada pelo PACM incluiu a construção de postos de saúde, aquisição de equipamentos e treinamento de profissionais de saúde. Além disso, o programa implementou um modelo de controle da malária que pode ser replicado em outras áreas endêmicas.
Sucesso e sustentabilidade
Embora os resultados obtidos nos municípios do sudoeste do Pará sejam promissores, a replicação do modelo em outras áreas endêmicas do país exige uma avaliação cuidadosa, considerando as particularidades de cada região. Entre 2021 e 2023, o programa foi mantido por meio de um termo de compromisso entre a Norte Energia e o Ibama, e seus métodos são vistos como uma base para o desenvolvimento de novas iniciativas de controle da malária em outros locais do Brasil. A sustentabilidade do projeto é fundamental para garantir a continuidade dos resultados e evitar a recaída da malária na região.
Fonte: @ Veja Abril
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