Ana Lucia Galache de Souza, 55, armou um plano para se passar por filha de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para receber pensão, com ajuda de sua avó, enganando a Administração Militar e a Polícia Civil.
Em 1986, Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, hoje com 55 anos, criou um plano audacioso com a ajuda de sua avó: mudar de nome para Ana Lucia Zarate e se passar por filha de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para obter uma pensão especial. Esse golpe durou 33 anos, até ser descoberto.
Com a ajuda de sua avó, Ana Lucia conseguiu enganar as autoridades e receber o benefício de pensão por mais de três décadas. No entanto, é importante lembrar que a aposentadoria e o subsídio são direitos que devem ser concedidos apenas aos que realmente os merecem, e não através de fraudes. A história de Ana Lucia serve como um lembrete de que a pensão é um direito que deve ser respeitado e protegido. A verdade sempre acaba sendo revelada.
Uma Pensão por Decadas
A história de Ana Lucia é um exemplo de como a fraude pode durar décadas e envolver grandes quantias de dinheiro. Após a morte de seu tio-avô, um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira, em 1988, Ana Lucia começou a receber uma pensão mensal que chegou a R$ 8 mil. Ao longo dos anos, o valor acumulado chegou a R$ 3.723.344,07. No entanto, a verdadeira identidade de Ana Lucia como sobrinha-neta do ex-combatente e não como filha ou descendente direto, a tornava inelegível para receber o benefício.
A fraude foi descoberta em 2021, quando a idosa que estava recebendo a pensão, insatisfeita com o valor, decidiu denunciar Ana Lucia à Polícia Civil e ao Exército. Os documentos obtidos pela CNN revelaram que Ana Lucia havia enganado a Administração Militar por décadas, recebendo indevidamente a pensão especial.
Condenação e Recurso
Em 2023, a Justiça Militar condenou Ana Lucia a três anos de prisão e ordenou a devolução dos valores recebidos. O juiz Luciano Coca Gonçalves destacou que Ana Lucia havia agido com intenção de praticar a fraude, que durou décadas. ‘A ré permaneceu por mais de três décadas recebendo indevidamente a pensão especial e, apesar de instada por seu marido a cessar o ilícito, continuou a enganar a Administração Militar e a receber o benefício, o que revela maior intensidade do dolo’, consta na decisão.
Ana Lucia, representada pela Defensoria Pública da União, recorreu da condenação alegando que não houve dolo. O caso aguarda julgamento no Superior Tribunal Militar (STM), onde dois ministros já votaram pela manutenção da condenação. No entanto, a decisão final está pendente enquanto o ministro Artur Vidigal pediu vistas do processo. A pensionista condenada em primeira instância foi procurada para apresentar a versão, mas não respondeu.
A história de Ana Lucia é um exemplo de como a fraude pode ser cometida por décadas e envolver grandes quantias de dinheiro. A pensão, que é um benefício concedido aos cônjuges ou descendentes diretos de militares falecidos, foi recebida indevidamente por Ana Lucia, que agora enfrenta a condenação e a devolução dos valores recebidos. O caso destaca a importância da fiscalização e da transparência na concessão de benefícios, como a aposentadoria e o subsídio, para evitar fraudes e garantir que os recursos sejam destinados aos que realmente precisam.
Fonte: © TNH1
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