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Estudos mostraram terapias tecnológicas e tratamentos atualizados para suporte de pacientes com tumor, apresentados em evento de oncologia.
Câncer de pulmão, uma doença devastadora que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, foi destaque em diversos estudos apresentados durante a última edição da Assembleia Anual da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), importante evento na área da saúde. A importância da detecção precoce do câncer de pulmão foi enfatizada pelos especialistas presentes, ressaltando a necessidade de conscientização e prevenção.
Além disso, a pesquisa também abordou a relação entre o tabagismo e o desenvolvimento do tumor de pulmão, reforçando a importância de políticas públicas voltadas para a redução do consumo de tabaco e a promoção de hábitos saudáveis. A luta contra o câncer de pulmão é constante, e a informação é uma das principais armas nessa batalha, buscando sempre novas formas de tratamento e prevenção da doença.
Avanços em Terapias para o Câncer de Pulmão
Diversas pesquisas têm se dedicado a investigar terapias inovadoras que têm aumentado significativamente a sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão; e têm apresentado soluções tecnológicas de suporte para aqueles em cuidados paliativos. Essas abordagens visam oferecer acolhimento e melhor qualidade de vida para aqueles que já não se beneficiam plenamente das opções de tratamento disponíveis.
Relacionado principalmente ao tabagismo, o tumor de pulmão é responsável por mais de 80% das mortes por câncer em todo o mundo. As pesquisas mais recentes têm se concentrado em personalizar os tratamentos e atacar de forma eficaz as células cancerígenas.
Durante um evento recente, os estudos que se destacaram foram aqueles que investigaram o câncer de pulmão de não pequenas células, o tipo mais comum que apresenta riscos de metástases cerebrais. Um dos ensaios mais celebrados foi realizado com o lorlatinibe, da Pfizer, demonstrando eficácia na sobrevida sem progressão da doença em 60% dos casos após cinco anos. Esse resultado é considerado padrão-ouro em estudos dessa natureza, envolvendo 296 pacientes com mutação do gene ALK.
Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas, destacou a magnitude dos benefícios do lorlatinibe para esses pacientes, especialmente pela proteção contra metástases cerebrais, que representam uma grande ameaça para esse grupo. Ele descreveu o medicamento como um dos mais significativos na história recente da oncologia.
Além disso, os estudos de fase 3 Laura e Adriatic, conduzidos pela AstraZeneca, demonstraram avanços na aplicação de terapia-alvo e imunoterapia para o tratamento do câncer de pulmão. No estudo Laura, o osimertinibe, primeiro inibidor do gene EGFR, aumentou significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com mutação no receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFRm), reduzindo o risco de morte ou progressão da doença em 84%.
O ensaio contou com a participação de voluntários em estágio III, após quimioterapia e radioterapia concomitante, em nove centros de pesquisa brasileiros. O estudo foi apresentado na plenária do evento, destacando a importância dessas descobertas para a comunidade médica.
Já o estudo Adriatic focou em pacientes com câncer de pulmão de pequenas células em estágio limitado, que não responderam adequadamente à quimiorradioterapia. A imunoterapia com durvalumabe mostrou resultados positivos, reduzindo o risco de morte em 27% e mantendo 57% dos pacientes vivos após três anos. Essa descoberta é significativa, pois apenas uma pequena parcela de pacientes com esse tipo de tumor apresenta benefícios semelhantes com tratamentos tradicionais.
Fonte: @ Veja Abril
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