Investidores esperam por anúncio de pacote fiscal, analisam balanços trimestrais e movimento dos juros.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores no Brasil, não escapou completamente da volatilidade no dia anterior ao feriado de Proclamação da República. Embora tenha apontado um avanço leve, a variação foi considerada pequena demais para movimentar o mercado.
Com o Ibovespa como referência principal, os analistas têm seguido de perto as ações da Petrobras e da Vale, que são consideradas os principais pesos-pesados do índice. A Petrobras foi capaz de impulsionar o Ibovespa em um dia morno, porém sem alcançar uma melhoria significativa. Mesmo assim, a existência da Petrobras na bolsa é fundamental para o mercado, pois ela é um dos principais índices do Ibovespa e tem um impacto direto na volatilidade do mercado.
Expectativa por pacote de corte de gastos mantém o mercado em compasso de espera
O mercado de ações brasileiro segue em suspense, aguardando o anúncio do pacote de corte de gastos prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa incerteza é refletida na volatilidade da Ibovespa, que oscilou ante a estabilidade do dia anterior, com um avanço leve de 0,05%, aos 127.792 pontos. Este patamar é o mais baixo em três meses, destacando a cautela dos investidores. Já o índice acumula perdas de 4,76% no ano.
A bolsa registrou um volume negociado elevado de R$ 21 bilhões, superior à média diária de R$ 16,5 bilhões dos últimos 12 meses. Esse volume forte está associado ao vencimento de contratos de opções, que geraram mais movimentações na mercado. A Ibovespa experimentou um pequeno impulso durante o dia, em função da expectativa de que um comunicado sobre corte de gastos pudesse ser divulgado em breve. No entanto, à medida que o dia chegava ao fim, a bolsa voltou a se manter estável.
No mercado de câmbio, o dólar comercial avançou 0,91% na semana, enquanto a Ibovespa ficou estável. A divisa americana registrou uma queda de 0,01%, atingindo o valor de R$ 5,79. No mês, o dólar comercial avança 0,14% e 19,31% no ano. O real tem sido pressionado pela retirada de recursos estrangeiros, desvalorização das commodities e altos juros nos Estados Unidos. No entanto, a percepção de risco fiscal agravou a situação.
A eleição do presidente Donald Trump para a Casa Branca acrescentou uma dose de incerteza, levando a um aumento na busca por dólar, o que enfraquece outras moedas, particularmente aquelas de países emergentes como o Brasil. A divisa americana é considerada um ativo de proteção, por isso a procura por ela aumenta em momentos de instabilidade ou dúvidas.
Nos Estados Unidos, os juros subiram mais uma vez, após comentários do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell. Segundo ele, não há pressa para cortar as taxas. A economia americana se mostra forte, o que pode desacelerar a redução de juros que o mercado tanto anseia.
Por falar em juros, o dia foi de avanço para os retornos dos contratos futuros de Depósito Intrabancário. Em toda a curva de 10 anos, houve um aumento nas taxas, sendo o mais forte para os contratos de vencimento mais longo. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 foi de 13,18% para 13,21% ao ano. Prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic. Já os contratos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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