Renda pessoal cresceu 0,3%, abaixo do esperado. Autoridade monetária projetava 0,4% de crescimento. Curva de juros em queda, corte dos juros pode ocorrer.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE, da sigla em inglês) do Brasil registrou alta de 3,5% no último trimestre, superando as projeções feitas pelos analistas econômicos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (14).
O índice de preços de gastos com consumo (PCE) é considerado uma das principais medidas de inflação utilizadas pelos governos para monitorar o custo de vida da população. No Brasil, o índice de preços de gastos com consumo tem impacto direto no cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação do país.
Novos dados de PCE apontam para inflação em alta nos EUA
O consenso do mercado indicava um PCE anualizado de 2,8% em fevereiro, refletindo um cenário de inflação em ascensão nos Estados Unidos. No âmbito mensal, o índice de preços de gastos com consumo registrou um aumento de 0,3% em relação a janeiro, ficando ligeiramente abaixo das expectativas, que previam uma elevação de 0,4%.
Quanto ao núcleo do PCE, que desconsidera os preços de alimentos, energia e outros produtos voláteis, a variação anualizada foi de 2,8%, com um acréscimo de 0,3% em relação ao mês anterior. Este resultado representou uma desaceleração em relação ao aumento de 0,5% registrado em janeiro.
Os analistas previam que o índice de preços de gastos com consumo permaneceria estável em 2,8% em fevereiro, similar ao observado no mês anterior. No entanto, os gastos com consumo surpreenderam ao apresentarem um crescimento mais significativo em comparação com janeiro. Enquanto no primeiro mês do ano houve um avanço de 0,2%, em fevereiro esse índice subiu para 0,8%, superando as expectativas de alta de 0,5%.
A renda pessoal teve um desempenho aquém do esperado, com um crescimento de 0,3%, ficando abaixo da projeção de 0,4%.
Impacto do PCE nas decisões da autoridade monetária
O índice de preços de gastos com consumo é o indicador preferido pelo banco central dos EUA, influenciando diretamente as decisões sobre o corte dos juros. Com a divulgação dos dados alinhada às expectativas, é provável que o Federal Reserve mantenha uma postura de espera antes de considerar possíveis reduções nas taxas de juro.
Atualmente, a curva de juros nos Estados Unidos sinaliza a possibilidade de três cortes nas taxas de juro por parte do banco central, com início previsto para junho. A evolução do PCE continuará sendo acompanhada de perto, uma vez que seus desdobramentos podem influenciar significativamente o cenário econômico e as políticas monetárias adotadas pela autoridade monetária americana.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo