Número de investidores individuais cresceu 70% em 2021, totalizando quase 38 mil cotistas em produtos da classe. Novas normas ampliam direitos creditórios.
Em 2024, houve um aumento significativo no interesse das pessoas físicas pelos FIDCs, os fundos de investimento em direitos creditórios, conforme apontado em um relatório da Anbima. Essa tendência reflete a busca por opções de investimento mais diversificadas e rentáveis.
Os FIDCs são uma alternativa atrativa para quem busca diversificar sua carteira de investimentos. Com a crescente popularidade dos fundos de investimento em direitos creditórios, os investidores encontram oportunidades de obter retornos interessantes em um mercado dinâmico e em constante evolução.
FIDCs: Crescimento de Cotistas e Mudanças nas Regras
De acordo com as informações disponíveis, observou-se um aumento significativo no número de cotistas de FIDCs, que cresceu 70% entre o final de dezembro de 2023 e maio deste ano, passando de pouco mais de 22 mil investidores individuais para 37,8 mil. Em fevereiro deste ano, as pessoas físicas ultrapassaram os fundos de investimento e se tornaram o maior grupo de cotistas dos FIDCs, representando quase 50% do total na classe.
A Resolução 175 da CVM [Comissão de Valores Mobiliários] abriu as portas para que investidores em geral ingressassem nesse produto, que anteriormente era direcionado especificamente para investidores profissionais e qualificados. A expectativa é que a adaptação do estoque de FIDCs às novas normas, prevista para novembro deste ano, proporcione um crescimento ainda mais expressivo do que o registrado até o momento, conforme destacado por Sergio Cutolo, diretor da Anbima, em comunicado.
O relatório aponta uma tendência de aumento tanto na quantidade de cotistas quanto no patrimônio dos fundos de investimento. Os fundos são o segundo maior público detentor de cotas de FIDCs. No entanto, a maioria investe apenas até 10% de sua carteira nessa classe e tem preferência por FIDCs do segmento financeiro.
Cerca de 43% do patrimônio alocado pelos fundos na classe é destinado a produtos voltados para direitos creditórios de diversas naturezas, como financiamento de veículos, crédito consignado, crédito pessoal, crédito corporativo, e imobiliário. O relatório também destaca os fundos abertos que investem em FIDCs fechados, chamando a atenção para o risco de liquidez que esse tipo de investimento pode apresentar para o investidor final, devido às possíveis dificuldades do fundo aberto em atender aos pedidos de resgate.
Apesar dessas considerações, essa modalidade de investimento continua em expansão. Em maio de 2024, havia 1.656 fundos desse tipo, em comparação com 1.189 em janeiro de 2023, representando um crescimento de 39%.
FIDCs: Desafios de Liquidez e Crescimento dos Fundos
Em maio, 71,6% dos ativos de FIDCs abertos apresentavam liquidez superior a 360 dias. Isso significa que em períodos de estresse no mercado, que podem resultar em grandes ondas de resgate, os gestores desses fundos podem enfrentar dificuldades para liquidar seus ativos e atender à demanda de seus cotistas. No final de 2023, o percentual era de 65,6%, indicando um aumento de 6 pontos percentuais em cinco meses nos fundos enquadrados nesse cenário de baixa liquidez na carteira.
Destacam-se na classe os FIDCs que não possuem compromisso de concentração em um segmento específico, como o FIDC Multicarteira Outros, que registrou um patrimônio líquido de R$ 123,6 bilhões no final de maio, um aumento de 30% nos primeiros cinco meses do ano. Além de concentrarem mais recursos, esses FIDCs também ampliaram sua liderança na classe em termos de oferta. Em janeiro de 2022, havia 358 fundos desse tipo, número que aumentou para 775 no final de maio deste ano, representando um crescimento de 116% em dois anos e meio. Apenas em 2024, o crescimento do número de fundos capazes de alocar em diversos segmentos foi próximo de 14%.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo