Empresa substituiu profissionais para preparo de câmaras pressurizadas acima de 50m, segundo normas da Organização Internacional do Trabalho.
A Petrobras fez história ao se tornar a pioneira, dentre as grandes companhias petrolíferas globais, a eliminar por completo a necessidade de mergulhadores profissionais em operações abaixo dos 50 metros, optando pela utilização de robôs subaquáticos. Essa mudança não apenas proporciona maior segurança aos trabalhadores nas atividades de extração de petróleo e gás em águas profundas, como também está previsto gerar uma economia substancial de até US$ 400 milhões nos próximos quatro anos, equivalente a cerca de R$ 2 bilhões atualmente.
O setor de operações subaquáticas está passando por uma revolução com a adoção cada vez maior de supermergulhadores automatizados. Essa transição é crucial, pois, conforme destacado pelo gerente-executivo de sistemas submarinos da Petrobras, Suen Marcet, as atividades dos mergulhadores em plataformas marítimas são classificadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como altamente estressantes e arriscadas, ficando atrás apenas das vivenciadas por astronautas. ‘Os mergulhos em profundidades superiores a 50 metros demandam um preparo que pode chegar a até 28 dias’, ressalta Marcet, destacando a complexidade associada às tarefas dos profissionais submersos.
Mergulhadores: Profissionais Submersos em Operações Subaquáticas
Antes de se aventurarem em profundidades superiores a 50 metros, os mergulhadores seguem um procedimento crucial: adentram uma câmara pressurizada para que seus corpos se adaptem à pressão que enfrentarão nas águas abissais. Esta etapa preparatória é essencial para garantir a segurança e o desempenho dos supermergulhadores durante suas missões subaquáticas.
Uma etapa fundamental desse processo envolve a respiração de uma mistura especial que substitui o nitrogênio pelo leve gás hélio. Essa prática é necessária para prevenir a doença descompressiva, comum em operações de mergulho em grandes profundidades. Entretanto, além dos aspectos técnicos, a compressão da mistura pode alterar a voz dos mergulhadores, tornando-a aguda, e até mesmo modificar sua percepção gustativa, tornando os alimentos com um sabor mais metálico. O hélio também influencia na sensação térmica dos profissionais durante a imersão.
Após os processos de preparação e adaptação, os profissionais submersos estão prontos para adentrar no ‘sino’, uma estrutura metálica que os transporta até o local de trabalho submerso nas plataformas marítimas. A Petrobras, renomada empresa do setor, já realizou milhares de mergulhos saturados por ano, por meio do preparo minucioso nas câmaras pressurizadas.
No entanto, a tecnologia avançada vem revolucionando as práticas de mergulho, tornando as operações subaquáticas mais seguras e eficientes. A Petrobras, por exemplo, tem investido em projetos ‘diverless’, sem a presença de mergulhadores, visando reduzir os riscos e aumentar a confiabilidade das plataformas de petróleo e gás. O uso de robôs submarinos tem se mostrado uma alternativa promissora, minimizando a exposição dos profissionais a ambientes hostis e complexos.
O primeiro projeto 100% ‘diverless’ da Petrobras foi implementado em 2023, durante a modernização dos circuitos de válvulas de segurança na plataforma Mexilhão, localizada na Bacia de Santos. Essa inovação, que foi realizada sem a intervenção de mergulhadores, demonstra a evolução tecnológica do setor e o compromisso com a segurança e eficiência das operações subaquáticas.
Embora a presença dos mergulhadores continue sendo essencial em atividades até 50 metros de profundidade, parte dos profissionais está migrando para frentes ‘diverless’, sendo capacitada para operar os robôs submarinos. Essa transição gradual reflete as mudanças e avanços constantes no setor de mergulho profissional, impulsionados pela Organização Internacional do Trabalho e pelas exigências de segurança e eficiência das operações subaquáticas.
Fonte: © CNN Brasil
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