Decisão judicial impede PF de repatriar suspeitos ligados ao alto escalão do Hamas; FBI monitora lista de terroristas no Screening Center.
Uma decisão provisória da Justiça Federal, no último sábado (22), suspendeu temporariamente a atuação da Polícia Federal (PF) na repatriação de um cidadão palestino e três parentes.
A medida judicial, emitida para garantir os direitos dos envolvidos, gerou repercussão nacional, levando a Polícia Federal a rever seus procedimentos e aguardar novas orientações para o desfecho do caso.
Polícia Federal: Decisão da Justiça sobre Caso de Alto Escalão do Hamas
O grupo, que partiu de Kuala Lumpur, capital da Malásia, enfrentou obstáculos ao tentar entrar no Brasil no Aeroporto de Guarulhos, após desembarcar de um voo da Qatar Airways, proveniente de Doha, capital do Catar. As autoridades brasileiras levantaram suspeitas de que o palestino de 37 anos faça parte do alto escalão do Hamas, sendo um dos representantes autorizados a falar em nome do grupo responsável pelos ataques terroristas em 7 de Outubro contra Israel.
Segundo os investigadores, o indivíduo está na lista de monitoramento do FBI, a polícia federal americana, que supervisiona suspeitos ligados a organizações terroristas, através do Terrorist Screening Center (TSC). Muslim M. A Abuumar, acompanhado de sua esposa grávida, filho e sogra, obteve um visto de 90 dias para permanecer no Brasil, enquanto os demais familiares, cidadãos malaios, não necessitam de visto para entrar no país.
A Polícia Federal suspeita que Abuumar tenha vindo ao Brasil com o intuito de que sua esposa dê à luz no país, visando a naturalização da criança e a permanência da família. Esse ‘modus operandi’ é observado em pessoas ligadas a grupos terroristas, justificando a decisão de impedir sua entrada no território brasileiro. No entanto, a juíza Millena Marjorie Fonseca da Cunha, da subseção judiciária de Guarulhos, concedeu uma liminar atendendo ao pedido da defesa, que alegou falta de esclarecimentos da PF sobre os motivos do impedimento.
A magistrada determinou que a extradição não ocorresse até uma melhor compreensão dos fatos, concedendo um prazo de 24 horas para a PF fornecer informações e garantir assistência médica à mulher grávida. A família permanece sob cuidados em um hotel em Guarulhos, com suporte da companhia aérea, aguardando a decisão final da Justiça. O advogado Bruno Henrique de Moura argumentou que Abuumar foi abordado por agentes da PF sem a presença de tradutor ou advogado, sem apresentar provas de infrações ou condenações judiciais.
Fonte: @ CNN Brasil
Comentários sobre este artigo