O Anuário da Educação Básica, divulgado pela ONG Todos Pela Educação, compila dados do Censo da Educação Básica e outros levantamentos sobre ensino superior, cursos de licenciatura, carreira docente, desenvolvimento infantil.
Em boa parte dos países da América Latina, o problema da falta de qualificação dos professores é ainda mais grave do que no Brasil, mas a situação no ensino fundamental II e médio no Brasil é alarmante. 41% dos profissionais da educação do 5º ao 9º ano não são formados na disciplina que lecionam aos alunos. Isso pode levar a uma menor qualidade na formação dos estudantes.
No ensino médio, a situação é semelhante: 32% dos docentes não estão trabalhando com o assunto no qual se aprofundaram na universidade. A falta de conhecimento nos professores pode ter consequências negativas para o futuro dos estudantes, além de afetar a qualidade da educação no país. A situação é um desafio para a sociedade, e a solução depende da união de esforços de todos os envolvidos na educação.
Desafios da Formação Docente
A falta de atração para a carreira docente afeta a qualidade da formação dos professores, o que se reflete na aprendizagem dos estudantes e na superficialidade dos conteúdos ensinados, afirma a presidente-executiva do Todos, Priscila Cruz. A dificuldade em atrair candidatos para os cursos de licenciatura e a evasão durante a formação são problemas estruturais que prejudicam a eficácia do ensino superior.
Para superar esses desafios, o Ministério da Educação (MEC) deve adotar políticas inovadoras, como oferecer bolsas para incentivar a atração dos cursos de ensino e promover a segunda licenciatura para aqueles que já estão atuando nas redes. Além disso, é necessário um pacote robusto e eficiente para garantir a qualidade da formação e valorizar os professores em todo o país.
Pacote de Políticas para a Valorização dos Profissionais
O MEC pretende anunciar, ainda neste ano, o ‘Pé-de-meia licenciatura’, que oferecerá bolsas acima de R$ 500 para incentivar estudantes a se tornarem professores. Esse projeto visa mudar a percepção da carreira docente e torná-la mais atraente para os jovens.
Desafios na Educação Infantil
Na etapa da educação infantil, 1 de cada 5 professores não tem ensino superior. Esses profissionais atuam em uma fase crítica do desenvolvimento das crianças e devem ter aprendido, no curso de pedagogia, a colocar intencionalidade educativa nas brincadeiras e no convívio entre todos, para que mais habilidades sejam desenvolvidas.
Além disso, os docentes devem conhecer os objetivos da etapa de ensino, organizar o processo escolar para dar conta de todos os eixos, elaborar atividades adequadas à idade de cada criança e aos objetivos de aprendizagem a serem atingidos, fazer uma observação sistemática de cada aluno, registrar a trajetória de todos e refletir sobre os efeitos das práticas de ensino.
Embora o índice seja ainda muito alto, sofreu redução nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, 35,6% dos professores de creches e 33% dos da pré-escola não tinham diploma, mostrando o caminho a ser seguido para melhorar a formação docente e garantir a qualidade do ensino.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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