Pequim e Moscou buscam papel mediador no conflito entre israelenses e palestinos em Gaza para ganhar influência internacional e neutralizar o peso dos EUA na região, fortalecendo relações regionais e esferas de influência.
A mediação é um processo fundamental na resolução de conflitos internacionais, como o caso do conflito israelense-palestino. Nesse contexto, a influência política de líderes como Mao Tsé-Tung (ou Zedong) foi significativa, pois ele enviou armas para apoiar a causa palestina.
A mediação pode envolver várias estratégias, incluindo a negociação e a arbitragem, para encontrar soluções pacíficas para os conflitos. No caso do conflito israelense-palestino, muitos líderes palestinos, incluindo o atual presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, estudaram em Moscou e receberam apoio de líderes como Mao Tsé-Tung. A intervenção de líderes internacionais pode ser crucial para promover a paz e a estabilidade na região. A cooperação internacional é fundamental para resolver conflitos complexos como esse.
A Nova Abordagem da China e da Rússia na Mediação do Conflito Israel-Palestina
A simpatia histórica da China e da Rússia pela causa palestina é um fato conhecido. No entanto, nos últimos tempos, especialmente desde o início da guerra em Gaza, Pequim e Moscou têm assumido um papel novo e incomum: como mediadores no conflito entre Israel e os palestinos. Em julho, na capital chinesa, o Hamas, o Fatah e outras dezenas de facções palestinas assinaram um acordo inicial para formar um ‘governo interino de reconciliação nacional’ para administrar Gaza após o fim da guerra. Essa intervenção é um exemplo claro da mediação que a China e a Rússia estão exercendo no conflito.
A negociação entre as facções palestinas foi possível graças à mediação da China e da Rússia, que mantêm relações com todos os atores regionais envolvidos, como Irã, Síria e Turquia. Além disso, ao contrário dos Estados Unidos, que consideram o Hamas uma organização terrorista, Pequim e Moscou não têm qualquer problema em convidá-los ao diálogo. A arbitragem exercida pela China e pela Rússia é fundamental para a resolução do conflito.
Os Objetivos da China e da Rússia na Mediação do Conflito
A questão que muitos se perguntam é o que a China e a Rússia querem com essas intervenções. Os palestinos não têm petróleo nem grandes recursos naturais, não são uma potência regional e estão muito longe das esferas de influência dessas duas superpotências e dos territórios que cada uma delas considera estratégicos. No entanto, a mediação exercida pela China e pela Rússia tem dois objetivos principais: obter influência internacional e neutralizar o peso dos EUA e do Ocidente no mundo.
A política externa da China mudou ao longo dos anos, desde a proclamação da República Popular da China em 1949. O gigante asiático sempre foi solidário com a causa palestina, e seu fundador, Mao Tsé-Tung, via Israel como uma base do imperialismo ocidental implantada na região para manter sob controle possíveis críticos da ordem internacional imposta por Washington. A narrativa antiocidental e anticolonial da China via sua própria experiência refletida no sofrimento palestino.
A mediação exercida pela China e pela Rússia é um exemplo claro da sua influência crescente no mundo. A negociação e a arbitragem são fundamentais para a resolução do conflito, e a intervenção dessas duas superpotências pode ser um passo importante para a paz no Oriente Médio. No entanto, é importante lembrar que a mediação é um processo complexo e que o resultado ainda é incerto.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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