Gabriel Luís de Oliveira, acusado de nove mortes em baile funk de 2019, aparece em vídeo fumando charuto e bebendo cerveja após confrontos letais em Paraisópolis.
RIO DE JANEIRO, RJ (AGÊNCIA BRASIL) – O cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro que denunciou um influenciador digital estrangeiro que celebra óbitos em confrontos com cigarro e bebida é um dos 15 policiais suspeitos de envolvimento na morte de sete indivíduos em uma festa popular em Mangueira, em fevereiro de 2020. O relato da conversa divulgada pela imprensa gerou uma grande repercussão na corporação.
Os agentes da lei estão sob investigação e a população aguarda por respostas sobre a conduta dos policiais envolvidos. A atitude do PM em expor a situação provocou debates sobre a transparência e a ética dentro da Polícia Militar.
Polícia, Militar; em Paraisópolis: versão oficial do tumulto
Na tentativa de contato com a defesa de Oliveira, não houve sucesso – ele trocou de defensor. O sargento Gabriel Luís de Oliveira desempenhava o papel de motorista no primeiro veículo tático móvel a chegar à favela de Paraisópolis, em apoio à perseguição a duas motos cujos ocupantes haviam disparado contra outros patrulheiros, desencadeando o tumulto que resultou em nove mortes e 12 feridos, a maioria deles pisoteada.
Segundo a versão oficial, o veículo dos PMs foi alvo de ataques por parte dos participantes do baile, que lançaram garrafas e pedras, motivando a resposta com armas menos letais, como bombas de efeito moral e balas de borracha. Os policiais tiveram que pedir reforço para sair do local e conseguiram sair ilesos. Após o tumulto, os agentes da lei avistaram os feridos em uma viela e prestaram socorro.
A denúncia aceita pela Justiça afirma que Oliveira teria descido da viatura com o cassetete em mãos, agredindo aqueles que tentavam escapar do tumulto naquela esquina. A denúncia do Ministério Público descreve a ação dos denunciados como uma demonstração de poder e prepotência, causando tumulto, pânico e sofrimento à população presente no evento cultural.
O Ministério Público afirmou que Oliveira e outros policiais foram afastados de suas atividades de rua por ordem do então governador João Doria. Oliveira, que era cabo na época, foi promovido a sargento e designado para a zona norte no ano passado, onde passou a integrar uma nova equipe da Força Tática.
Durante uma entrevista conduzida pelo criador de conteúdo Gen Kimura, o sargento revelou que a morte de criminosos era celebrada com charutos e cerveja, em meio a ações policiais. Após a repercussão negativa, essa parte da entrevista foi removida do material disponível no canal.
Uma crise se instaurou devido às declarações de Oliveira e a uma suposta falha de procedimentos no setor de comunicação da PM. Um capitão autorizou a gravação com o youtuber sem comunicar os superiores hierárquicos, sendo um dos PMs afastados em decorrência do episódio.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a PM está investigando todas as ocorrências relacionadas ao policial, sob responsabilidade da Corregedoria. A Polícia Militar reiterou seu compromisso com a legalidade e afirmou que, caso sejam comprovadas irregularidades, os envolvidos serão responsabilizados conforme a lei.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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