O aperto monetário precisa compensar a política fiscal expansionista e o efeito dos juros menores, com Selic e lastro monetário impactados.
Para equilibrar a inflação e alcançar a meta de 3% no prazo determinado para a política monetária, o Banco Central precisaria ajustar a taxa Selic para, pelo menos, 15%, conforme observa o economista-chefe da XP Asset Management, Fernando Genta. Sua previsão oficial indica um juro básico menor, cerca de 13%, para meados do próximo ano.
A análise de Genta destaca que o ciclo de aperto monetário deveria compensar tanto a política fiscal expansionista, quanto o impacto do último ciclo de redução na taxa Selic, que elevou a taxa de 10,5% para 13,75% entre agosto de 2023 e maio do ano em curso. A inflação está diretamente relacionada ao custo de vida e ao preço do produto no mercado consumidor, afetando significativamente a qualidade de vida. Portanto, é essencial que o Banco Central trabalhe para manter a inflação sob controle, evitando uma alta da taxa Selic, que poderia elevar ainda mais o custo de vida e do produto no mercado.
Compreendendo a Realidade da Inflação Alta
A inflação alta tem sido um tema candente nos últimos anos, afetando diretamente a qualidade de vida dos consumidores. A alta taxa de inflação, que ultrapassou 10% em 2022, gerou preocupação entre os economistas e o público em geral. A política monetária, definida pelo Banco Central (BC), é fundamental para controlar a inflação. No entanto, a política fiscal, responsabilidade do governo, também desempenha um papel crucial nesse processo.
A inflação alta pode ser vista como um sinal de que a economia está crescendo, mas de forma descontrolada. A taxa de inflação, medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está acima da meta do BC. Essa situação levou o BC a aumentar a taxa Selic, a taxa de juros básica da economia, em 2022. A política de juros, por sua vez, visa combater a inflação alta.
A inflação não é apenas um problema de curto prazo. Ela afeta o ciclo de vida dos consumidores e, consequentemente, o mercado. A inflação alta diminui o poder de compra dos consumidores, forçando-os a rever seus gastos e, muitas vezes, a reduzir suas despesas com bens e serviços. Além disso, a inflação é um fator importante para o investimento. A alta taxa de inflação pode desencorajar os investidores, pois a inflação a longo prazo pode prejudicar a capacidade dos investimentos de crescerem.
A política fiscal expansionista, que consiste em aumentar o gasto público e reduzir impostos, geralmente é usada para estimular a economia em tempos de recessão. No entanto, essa política pode ser contraproducente em períodos de alta inflação, pois pode aumentar a demanda agregada e, consequentemente, a inflação. O lastro monetário, que é o equivalente em moeda estrangeira que os bancos centrais têm em estoque, é outro fator importante para a política monetária. Por exemplo, se o BC tiver um estoque de moeda estrangeira, ele pode usar essa reserva para financiar suas ações monetárias, como o aumento da oferta de dinheiro na economia.
Em 2022, o Brasil enfrentava uma alta inflação, que estava acima da meta do BC. A inflação alta afetou o poder de compra dos consumidores e o desempenho do mercado. Além disso, a alta taxa de inflação acentuou a necessidade de uma política monetária mais rigorosa. A política fiscal expansionista, implementada pelo governo, teve um impacto limitado na economia, na medida em que não conseguiu controlar a inflação alta.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo