Copom interrompe série de reduções da taxa básica Selic em 10,5% ao ano, devido a incertezas no cenário externo e inflação importada. Saiba mais.
O Banco Central parou com a sequência de cortes da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, após sete reduções seguidas. Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrida nesta quarta-feira (19), a Selic foi mantida em 10,5% ao ano. A decisão era aguardada por analistas do mercado financeiro.
Com a manutenção da Selic em 10,5% ao ano, o Banco Central sinaliza estabilidade na taxa básica de juros. Essa decisão impacta diretamente diversos setores da economia, refletindo a estratégia do governo em controlar a inflação e estimular o crescimento econômico. A expectativa agora é de que o Copom continue monitorando os indicadores econômicos para possíveis ajustes na Selic no futuro.
Impacto da alta do dólar e incertezas econômicas na decisão do Copom
A recente valorização do dólar e as crescentes incertezas econômicas foram fatores determinantes para a última decisão do Copom. O IPCA, índice oficial de inflação, registrou um aumento para 0,46% em maio, impulsionado principalmente pelos preços dos alimentos após as enchentes no Rio Grande do Sul. Com uma alta acumulada de 3,93% em 12 meses, a inflação se afasta cada vez mais do centro da meta estabelecida para o ano. O cenário externo também teve sua influência, com a valorização do dólar em relação ao real nas últimas semanas, o que levantou preocupações com a inflação importada. Além disso, os desdobramentos da guerra na Ucrânia e os lockdowns na China continuam a gerar incertezas no cenário global.
Ciclo de cortes e retomada do crescimento com a Selic
O ciclo de cortes da Selic, iniciado em agosto de 2023, teve como objetivo impulsionar a economia brasileira, ainda em processo de recuperação pós-pandemia. A taxa básica de juros foi reduzida de 13,75% para 10,5% ao ano, atingindo o menor patamar desde fevereiro de 2022. Segundo o Banco Central, a redução da Selic deve contribuir para o crescimento econômico do Brasil em 2024, com projeções de um avanço do PIB de 1,9% neste ano. Já o mercado estima um crescimento ligeiramente superior, na ordem de 2,08%.
Equilíbrio entre juros e inflação com a taxa Selic
A taxa Selic desempenha um papel crucial no controle da inflação. Ao diminuir a taxa, o Banco Central torna o crédito mais acessível, o que pode estimular o consumo e a produção. Porém, essa medida também pode exercer pressão sobre os preços. Por outro lado, ao elevar a Selic, o Banco Central encarece o crédito, desestimulando o consumo e a produção, mas contribuindo para conter a inflação. O Copom enfrenta o desafio de equilibrar esses objetivos ao definir a taxa Selic.
Perspectivas futuras para a taxa Selic
O rumo da taxa Selic dependerá do desempenho da economia brasileira e da evolução da inflação. Caso a pressão inflacionária persista, o Copom poderá optar por elevar novamente a Selic. Por outro lado, se a economia nacional apresentar sinais de fragilidade, a taxa poderá ser mantida ou até mesmo reduzida. O próximo relatório de inflação do Banco Central, previsto para o final de junho, poderá oferecer mais insights sobre o futuro da taxa Selic.
Fonte: @ JC Concursos
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