Angie Martoccio, da Rolling Stone, entrevistou Patrick Carney e Dan Auerbach sobre a trajetória da banda, o novo documentário e a mudança na indústria musical.
O festival SXSW é conhecido por atrair artistas e bandas de renome, como foi o caso de The Black Keys. A história da banda com o South by Southwest começou cedo, em 2003, quando participaram do evento pela primeira vez, mostrando ao público sua música autêntica.
Desde então, a banda estadunidense The Black Keys se tornou presença frequente no SXSW, trazendo sempre apresentações energéticas e cheias de personalidade. O South by Southwest se tornou um marco na carreira da banda, consolidando-os como um dos grandes nomes do cenário musical atual.
Participação do The Black Keys no SXSW 2024
Entretanto, dessa vez, a participação da banda no festival South by Southwest foi além de suas duas apresentações musicais, que acontecerão na quinta-feira, 14, e sexta-feira, no Mohawk e no Stubb’s, respectivamente.
Da esquerda para a direita: Angie Martoccio, da Rolling Stone, Patrick Carney e Dan Auerbach (Crédito: Amanda Schnaider) Na verdade, o primeiro compromisso do The Black Keys no SXSW aconteceu na última segunda-feira, 11, na première de lançamento do seu mais novo documentário ‘This is a Film About The Black Keys’ (Este é um filme sobre o The Black Keys, em tradução literal do inglês).
Foco no Documentário e no Painel com a Dupla
Dirigido por Jeff Drupre, o filme conta a trajetória da banda, formada em 2001, pelos amigos de infância Dan Auerbach e Patrick Carney, que em seus 24 anos de carreira já lançou 11 álbuns de estúdio e conquistaram seis Grammys e um Brit Awards. A segunda aparição da banda no SXSW 2024 foi como parte dos palestrantes do festival. O painel com a dupla foi um dos principais desta quinta-feira, 14.
A dupla arrastou uma multidão para o Ballroom D, principal espaço de painéis do festival, e arrancou gargalhadas dela, devido a seu humor peculiar. Trajetória da banda Conduzida pela escritora sênior da revista Rolling Stone, Angie Martoccio, a conversa começou com Carney contando como foi o início da banda, que passou por muitos altos e baixos até estourar.
Experiências Reveladas e Momentos Marcantes
O baterista afirmou que após terminar seu primeiro disco ‘The Big Come Up’, a dupla queria sair em turnê, mas não tinha dinheiro, então começou a cortar grama para juntar dinheiro. Na primeira vez que estiveram no SXSW, em 2003, a banda não conseguiu se hospedar na cidade, exemplificou o baterista sobre a condição financeira deles na época.
‘Passamos pelo hotel onde ficamos, que ficava umas 5 milhas fora da cidade, e era uma zona tranquila, o que na época era ótimo para nós’. relacionadoJane Fonda, Elijah Wood e The Black Keys estarão no SXSW 2024 Ao serem questionados sobre como foi o processo de fazer o documentário, Auerbach afirmou: ‘Bastante desconfortável na maior parte do tempo’.
Mudanças na Carreira e Novas Colaborações
Carney ressaltou que houve alguns momentos desagradáveis de serem assistidos. Um desses momentos foi quando a dupla estava prestes a fazer o seu primeiro show em uma arena nos Estados Unidos e Dan não compareceu na passagem de som. ‘É apenas uma gravação completa minha sendo um completo idiota’, enfatizou o baterista sobre esse momento gravado no documentário.
Carney reforçou ainda que assistir o documentário foi uma experiência louca para ele, porque apesar de a banda estar estourando, em alguns momentos, eram momentos de muita ansiedade para ele. ‘Nunca pensei que teríamos fãs ou tocaríamos no Madison Square Garden. Eu nunca tinha ido a um show em uma arena até tocarmos em uma’.
A dupla ainda comentou que muitos fãs não gostaram de como eles mudaram seu estilo com o passar dos anos. Porém, enfatizaram que foi justamente isso que manteve a banda viva por tanto tempo. ‘O truque para manter a banda vital é continuar tentando coisas novas’, comentou o baterista.
Neste sentido de transformação, a banda começou fazer mais parcerias com outros artistas em seus álbuns. ‘Começamos lentamente a convidar diferentes músicos ou escritores para o nosso mundo. E sinto que crescemos a partir daí. Neste novo álbum [Ohio Players], colaboramos pela primeira vez com algumas pessoas como Beck e Noel Gallagher’, contou Auerbach.
Ao serem questionados sobre como é lançar um álbum nos dias de hoje, em que a música é distribuída via streaming, Carney criticou esse sistema no qual a indústria musical se encontra. O baterista enfatizou que no começo de sua carreira, havia uma mídia social bastante ativa no entorno dos lançamentos das músicas, mas que isso mudou. ‘Agora esperamos que algum idiota a coloque no TikTok.
Nossa carreira inteira depende disso’, brincou.
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Fonte: @ Meio&Mensagem
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