Banco suíço reembolsará investidores em até 90% de fundo com escândalos, debandada de clientes e venda concluída, visando recuperação financeira.
Após resgatar o Credit Suisse no início do ano passado, o UBS está trabalhando para resolver a situação deixada pelo concorrente, cuja solvência foi colocada em dúvida após uma série de escândalos que resultaram na saída de clientes e na venda da instituição. O UBS assumiu o desafio de reestruturar e fortalecer a presença do banco no mercado, buscando restabelecer a confiança dos investidores e clientes.
No processo de recuperação, o UBS está implementando estratégias inovadoras para diferenciar-se no setor bancário, seguindo um caminho distinto do tradicionalismo suíço. A abordagem ousada do UBS visa não apenas restaurar a reputação do Credit Suisse, mas também posicionar-se como um líder confiável e inovador no mercado financeiro global.
UBS propõe acordo para encerrar problemas do Credit Suisse
Numa iniciativa para resolver as questões que levaram à queda do Credit Suisse, o UBS revelou no início deste ano uma proposta para resolver o caso relacionado à Greensill Capital, oferecendo-se para reembolsar parte dos fundos ainda retidos em investimentos vinculados à gestora britânica que operava com financiamentos. O banco suíço está disposto a reembolsar os antigos clientes do Credit Suisse em até 90% de suas participações restantes no fundo, com uma provisão de US$ 900 milhões reservada para o segundo trimestre. Até o momento, o Credit Suisse já restituiu mais de US$ 7 bilhões aos investidores, conforme relatórios da agência Dow Jones.
A proposta visa garantir a segurança dos investidores do fundo, permitindo uma saída rápida de suas posições e uma recuperação financeira de alto nível. Centenas de clientes de alta renda do Credit Suisse foram afetados pelo colapso da Greensill em 2021, uma gestora que operava com financiamentos para a cadeia de fornecedores e com a qual o banco suíço mantinha um fundo de US$ 10 bilhões.
Fundada por Lex Greensill em 2011, a empresa contava com o apoio do SoftBank e a consultoria do ex-primeiro-ministro britânico, David Cameron. A Greensill enfrentou dificuldades ao não conseguir renovar os seguros dos empréstimos, devido à descoberta de que muitas operações eram de baixa qualidade, além de acusações de obtenção fraudulenta de várias apólices de seguro.
O incidente afetou diretamente o Credit Suisse, que logo depois teve que lidar com outro caso, o do family office Archegos Capital Management, de Bill Hwang. A falha no pagamento de chamadas de margem em algumas operações resultou em um impacto de 4,4 bilhões de francos suíços (US$ 4,7 bilhões na época) para o banco.
Essa situação abalou a reputação do Credit Suisse, levando à saída de clientes de alta renda da área de wealth management. Nos últimos três meses de 2022, os clientes retiraram 111 bilhões de francos suíços (US$ 120 bilhões naquela ocasião) do banco.
Apesar de ter apresentado um plano para reestruturar suas operações, o Credit Suisse acabou sendo adquirido pelo UBS em março de 2023, em uma transação no valor de US$ 3,2 bilhões, com o apoio das autoridades suíças. A aquisição foi finalizada em junho do mesmo ano, resultando em uma gigante instituição financeira com um balanço patrimonial de US$ 1,6 trilhão e administrando US$ 5 trilhões em ativos financeiros.
Fonte: @ NEO FEED
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