Marcelo Freixo, ex-deputado, denuncia obstrução da investigação sobre o caso Marielle Franco na Delegacia de Homicídios, que pode estar relacionada à execução de sua segurança pública.
Em 2018, o Rio de Janeiro foi palco de um assassinato que chocou o país, a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O caso abriu uma linha de investigação que revelou um esquema de matança e homicídios ordenados por assassinato dentro das forças de segurança do estado.
Segundo o ex-deputado Marcelo Freixo, a investigação revelou que o escritório do crime era um centro de comando de morte violenta, onde policiais civis e militares planejavam e executavam assassinato e homicídio de pessoas consideradas alvos políticos. O assassinato de Marielle Franco foi o caso mais conhecido da série, mas a investigação mostrou que havia uma matança sistemática de pessoas que eram morte intencionalmente alvo de assassinato.
Defesa de Marielle Franco spotla impunidade de matadores de aluguel
O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes revelou um esgoto político dentro da segurança pública altamente profundo. Obstrução de investigação, gente muito poderosa por trás, é incrível imaginar que estruturas policiais possam se tornar ‘escritórios do crime’, onde assassinos de aluguel se escondem. É inacreditável que o Ronnie Lessa, conhecido por sua violenta trajetória, seja apresentado como réu pela primeira vez, apesar de suas múltiplas realizações letais. O ‘Escritório do Crime’ a que o ex-deputado faz referência é um grupo de matadores de aluguel comandado pelo ex-PM Adriano da Nóbrega, morto em 2022 numa ação policial para prendê-lo na Bahia.
São executores muito conhecidos da segurança pública. É inacreditável que o Ronnie Lessa, depois de tantos anos, conhecido por todo mundo da segurança pública, é a primeira vez que ele é réu. Quantas pessoas esse cara matou antes e não foi investigado? O assassinato da Marielle e do Anderson revelou um esgoto político dentro da segurança pública muito profundo. Obstrução de investigação, gente muito poderosa por trás. São réus confessos, a gente sabe disso. Mas é muito importante esse julgamento. É uma data muito significativa para a segurança pública do Rio. São seis anos em que se tentou de tudo para que esse dia do julgamento não chegasse.
A fala do ex-deputado ocorreu no intervalo do julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos pela execução do assassinato, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os dois firmaram delação premiada. Em sua delação, Lessa afirmou que os mandantes do crime foram os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Ele disse também que os dois garantiram que o delegado Rivaldo Barbosa, à época chefe da Polícia Civil, atuaria para impedir o esclarecimento do crime.
Bons policiais não conseguiram fazer seus trabalhos. Sempre que um delegado avançava ele era trocado. Houve muita tentativa de não chegar a esse momento. Como a Folha de S.Paulo mostrou, Lessa nega ser matador de aluguel. A Polícia Federal, por sua vez, o trata como um ‘notório sicário carioca’. A contradição tem sido utilizada pelas defesas dos acusados no STF.
Freixo evitou comentar a ação penal contra os supostos mandantes do crime, que corre no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele tratou o caso como uma ‘investigação em curso’ e afirmou ter muita confiança nas conclusões da Polícia Federal, responsável pelo inquérito que indicou a encomenda do crime. O delegado Guilhermo Catramby, responsável pelo relatório da PF sobre os supostos mandantes, afirmou que, ao assumir o inquérito, encontrou um ‘cenário árido de provas, sobretudo em relação ao mando’.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo