Supermercados insistem na venda do produto devido ao fator de risco de combustão dos resíduos de figueiras. Raspagens de placas de metal são proibidas.
Quem nunca precisou de álcool líquido em casa para desinfetar uma ferida ou limpar alguma superfície? O álcool líquido é um produto amplamente utilizado por sua eficácia na desinfecção e esterilização de diversos ambientes.
O álcool em forma líquida é encontrado em diversas concentrações, sendo uma das mais comuns o álcool 70% líquido. Com essa concentração, o álcool 70% líquido consegue eliminar a maioria dos microrganismos, sendo uma opção prática e acessível para assepsia. Além disso, o uso adequado do álcool em forma líquida pode prevenir diversas doenças e manter a saúde em dia. Lembre-se sempre de seguir as recomendações de uso do álcool líquido para garantir sua eficácia.
Álcool líquido: um fator de risco em estabelecimentos comerciais
O líquido era usado para acender o carvão durante um churrasco com família. O autor da frase foi uma outra vítima de queimadura. ‘A situação dele era pior do que a minha. Ele estava com o corpo todo coberto de curativos, deixando à vista apenas um de seus olhos. Mesmo assim, tentava me passar uma mensagem de otimismo. Foi marcante’, lembra Pedro Ernesto.
Proibição da venda de álcool líquido em estabelecimentos comerciais
Venda de álcool líquido volta a ser proibida a partir do dia 29 Juca Varella/Agência Brasil Acidentes do tipo fazem milhares de vítimas a cada ano no país.
Diante dessa situação alarmante, o Poder Público proibiu, desde 2002, a venda de álcool líquido com percentual igual ou superior a 54 GL em estabelecimentos comerciais como supermercados e farmácias. A medida, no entanto, foi temporariamente revogada, em 2020, durante a pandemia de covid-19, uma vez que, na época, o álcool usado para a higienização de mãos e objetos ajudava a evitar a disseminação do vírus. O prazo final previsto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a comercialização de álcool líquido é o dia 29 de abril.
O risco associado ao álcool em forma líquida nas churrasqueiras e fogueiras
‘A partir daí, a disponibilidade será apenas em outras formas físicas, como gel, lenço impregnado, aerossol’, explica a Anvisa. De acordo com o Ministério da Saúde, são registradas cerca de 150 mil internações por ano, em decorrência de queimaduras. Com base em levantamentos e consultas com participação da sociedade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) explica que, em geral, a situação mais perigosa envolvendo queimaduras está relacionadas ao uso do álcool no momento em que as pessoas acendem churrasqueiras e fogueiras.
No gerenciamento de risco são considerados vários fatores para se avaliar o potencial perigo de um produto para o ser humano. No caso do álcool, um desses fatores é a facilidade de espalhamento do produto antes e durante a combustão quando em estado líquido, o que é inversamente proporcional quando com viscosidade. Assim, quando há acidente com o álcool na forma física líquida, a extensão e o dano à pele são grandes’, informou a agência.
A preferência pelo álcool 70% líquido nos supermercados
Supermercados querem vender. A retirada de álcool líquido das prateleiras de supermercados foi criticada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade reivindica, junto à Anvisa, que a medida seja revista, sob o argumento de que ‘o consumidor já se acostumou a comprar [o produto] não só em farmácias, mas em supermercados de todo o Brasil’. Segundo a Abras, ‘a proibição da comercialização retirará do consumidor o acesso ao produto de melhor relação custo-benefício, comprovadamente eficaz nos cuidados com a saúde, na sanitização de ambientes e na proteção contra doenças, incluindo a covid-19’.
A importância da conscientização sobre o álcool líquido
‘O setor tem observado que o consumidor mantém a preferência pelo álcool 70% na forma líquida por não deixar resíduos em móveis e objetos’. Quem sentiu literalmente na pele o problema de liberar a comercialização de álcool líquido tem posição bem diferente da manifestada pela Abras. ‘Sou 100% favorável à proibição da venda, na forma como é feita. É um produto extremamente perigoso que não pode ser tão acessível, mesmo que sejam feitas campanhas de conscientização sobre seu correto manuseio’, alerta Pedro Ernesto, que hoje carrega umas poucas manchas e alguns vazios de pelos na perna.
Fonte: © A10 Mais
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